domingo, 31 de março de 2013


COMENTÁRIO DE LAURA BERQUÓ SOBRE A PROIBIÇÃO DE EXISTÊNCIA DE "PRESÍDIOS BONS"
 

Laura Berquó Prezad@s, somente agora li o texto de Marinho Mendes Machado no O Blog dos Direitos Humanos e irei divulgar por e-mail e para minhas amizades no face. Li todos os comentários também e agora posto o que mais me chamou a atenção e as minhas reflexões: O que é bom ainda não ficou conceituado. Creio que é subestimar as nossas crianças excluidas, em pensar que as mesmas achem guloseimas e brinquedos bons. Bom é poder comer, estudar em boa escola pública, ser bem atendido pelo SUS, ter uma perspectiva de futuro, não correr o risco de engrossar a estatística do SUS de jovens negr@s assassinad@s, nem ter que escolher se será da AlQaeda ou dos Estados Unidos. Uma criança nunca achará o presídio um lugar bom, porque sabe que as pessoas que pra lá vão estão em falta com alguma coisa, ou estão há anos esperando por um julgamento que nunca chega. Verdade. Há presas e presos provisórios por demais nesse Estado. Mutirões se mostraram ineficazes porque ainda encontramos apenados provisórios já há 04 anos, tanto nas unidades femininas como masculinas. Nenhuma criança achará bom visitar o Roger, ainda que se coloquem balas ou brinquedos, porque lá não dá nem pra andar em meio às valas, como servidores que correm risco de a qualquer momento sofrerem com uma rebelião, ou ainda, nenhuma criança achará bom um lugar, ainda que haja brinquedos e guloseimas porque sua mãe chora em casa porque seu pai foi torturado na cadeia. Nenhuma mocinha achará bom um lugar ainda que tenha guloseimas e brinquedos se ela que talvez ainda não tenha dado nem o primeiro beijo, tenha que ser obrigada a ficar nua e se acocorar com a vagina para a frente de um espelho com pessoas olhando. Muitas apenadas no Bom Pastor reclamam que suas filhas nunca mais voltaram. As noticias postadas a respeito do Bom Pastor servem apenas como verniz de má qualidade, porque nenhuma criança achará legal o Bom Pastor, mesmo com doces e brinquedos se sabem que a Diretora do lugar tortura as presas com spray de pimenta, descumpre a LEP, leva jovens ao suicidio pelas surras dadas por agentes homens, ficam menstruadas sem absorventes como punição, não tem acesso a comida destinada a elas, porque o melhor é oferecido em banquete a pessoas que lá trabalham ou para visitas regulares que ajudam nas torturas e as apenadas comem carne fedida, podre, porque as carnes não ficam em freezers. Nenhuma criança achará bom um lugar em que a mãe apenada devido aos maus tratos perde o irmaozinho que ela estava gestando. Nenhuma criança achará bom um lugar em que o pai dorme pelado com mais de 80 homens numa cela improvisada, no chão molhado, cheio de fezes como no PB1. Presídio na Paraíba é lugar de tortura, sofrimento, e não de ressocialização. Chega a ser engraçado, porque num lugar em que tudo isso acontece, dificilmente se terá balas e brinquedos, porque não tem nem cama suficiente, nem remédio suficiente para apenadas com HIV, as com tuberculose dormem junto com as demais etc . Eu quero saber quem são os mil e tantos apenados que estudam porque já entevistei vários e várias e eles não estudam. Outra coisa, NÓS QUE REALMENTE SOMOS MILITANTES DOS DIREITOS HUMANOS, não somos contra disciplina nos presídios, somos contra a tortura. Também não somos contra que apenad@s cumpram com suas penas, somos contra é a falta de projetos de ressocialização, porque o que foi trazido aí não são projetos que correspondam à realidade, nem mesmo que se chame de projetos, porque são ações pontuais, sem continuidade na sua maioria, que servem apenas para a propaganda oficial. Quantos projetos a Paraíba tem em convênio com o Ministério da Justiça, através do FUNPEN? Antes que reponda, os poucos que haviam, o próprio Procurador da República e também conselheiro do CEDHPB, Duciran Farena, recomendou a suspensão dos convênios porque não via resultado do dinheiro empregado. E projetos estaduais com recursos próprios do Estado? Se se admite que as pessoas que ali estão são excluidas e por isso seus filh@s correm o risco de ali ingressarem, qual o diálogo que existe entre secretarias, gerências, para que se cuide do todo. O que a Gerencia acha do pedido de interdição total do Roger e de outros que virão? Por que será que se chega ao ponto de pedir algo assim? A SEAP observa a LEP? A CF/88? Criticam tanto os Direitos Humanos, mas a verdade é que hoje tod@s que se dizem de esquerda querem dizer que são dos DH. Também não admitimos sermos chamad@s de denuncistas. Ninguém arrisca a própria vida fazendo denúncia que não existe. Pelo contrário, por coisas menores as pessoas se calam. Porque a gente está numa posição ingrata, mais ingrata do que tod@s que integram gestões, sejam quais forem, porque lutamos inclusive contra a publicidade oficial. Marinho Mendes Machado tem um jeito de escrever corajoso, porque não se prendeu a status que sua carreira poderia lhe conferir, de origem humilde, continua sendo pelos mais excluidos, consegue ver dignidade no ser humano mais deformado socialmente e moralmente. Também tem ideias e projetos valiosos e de baixo custo de atendimento para vitimas de crimes o que inclusive já chamou a atenção e o interesse do próprio governo em com ele dialogar. Mas eu ainda quero saber: o que é bom?

sábado, 30 de março de 2013


SRª. GERENTE, O QUE É PRESÍDIO BOM?

                                     “Lembrai-vos dos encarcerados, como se vós mesmos estivésseis presos com eles. E dos maltratados, como se habitásseis no mesmo corpo com eles.” (Hb 13, 3).

Sintonia II: “Presídio não pode ser um lugar bom”, diz gerente de ressocialização. (PARAIBAEMQAP).
                                   Li estarrecido essa declaração de quem nunca poderia fazê-lo. Essa fala foi feita no interior do 2º Batalhão de Polícia Militar de Campina Grande e sua autora é nada mais, nada menos do que a Gerente de Ressocialização da Secretaria de Administração Penitenciária do Estado da Paraíba, dando azo a se pensar: Se essa tal de ressocialização é algo inexistente, a declaração encontra-se muito bem feita, já que quem a proferiu, também, desgraçadamente, ainda não se deu conta de que sua gerência é a gerência do nada, já que não existe um projeto político estatal de ressocialização, podendo-se verberar também, que são existe projeto não pode existir gerência e gerente, tudo é na base do faz de conta. Mas só os que possuem humildade podem captar tal fenômeno e lançar um olhar crítico e humano sobre ele.
                                   A ressocialização “sapientíssima gerente”, tem o intuito de  trazer a dignidade, resgatar a auto-estima do detento, trazer aconselhamento e condições para um amadurecimento pessoal, além de lançar e efetivar projetos que tragam proveito profissional, entre outras formas de incentivo e com ela os direitos básicos do preso vão sendo aos poucos sendo priorizados, ou seja, é todo um trabalho dirigido à reintegração social, já que cedo ou tarde, os apenados novamente ganharão às ruas.
                                   Bafejei na fala um inteiro despreparo de quem é nomeada para gerar condições de humanização e respeito, e no discurso inoportuno, encontra-se embutidas três terríveis provocações: é uma justificativa à falta de competência para criar e desenvolver a política ressocializadora, é pré-conceito latente e infenso à essa ressocialização, bradando que preso não merece nada, ou em último caso, é alguém que ainda não possui atitude suficiente para dizer uma coisa frente aos presos e o mesmo ponto de vista frente aos agentes penitenciários ou policiais, postura que exige uma forte formação em todos os sentidos, senão, quando na presença de poucos presos e em comemorações montadas e preparadas para parecerem que no sistema ta tudo bem, se louva os presidiários e na companhia dos que integram o sistema passa o pensamento de que: eu quero é que eles se danem, se explodam.
                                   Mas antes de pensar outra idéia: Por favor, me diga o que é presídio bom? Seria com camas, asseio, respeito, trabalho, educação, cursos profissionalizantes? Diga-me mais: Você gostaria de morar num presídio bom?
                                   Você também não conhece a Constituição Federal que estatui que a pena não pode passar da pessoa do criminoso,  e a douta e ilustrada gerente ao defender presídios maus, é claro que advoga que os filhos dos segregados também amarguem, purguem e espiem junto com eles a pena aplicada.
                                   Mas o que é prisão boa mesmo Senhora Gerente? Gerente do nada, pois é de conhecimento corriqueiro, a inexistência de um projeto de ressocialização na Paraíba. Diga-me, insisto, o que é um presídio bom? Que não deve existir segundo sua sábia peroração lá frente aos policiais do 2[UP1] º BPM e me diga como deve ser o presídio mau, que desagrade e crie ojeriza e nojo aos filhos dos apenados que a senhora, pelo menos em tese, deveria ressocializar?
                                   Sua fala sugere que os presídios da Paraíba devem continuar como estão, ou seja: masmorras vergonhosas, veja o do Roger, fossas putrefeitas e saunas fedidas, insalubres. Se pensas assim, também pensas que um cursinho de bordado, uma alfabetização de alguns, um curso de um artesanato duvidoso é ressocialização. Não, ressocialização é muito mais, se dê conta, não aceite viagens e nem diárias para discursar em nome de secretários e acerca de algo que é uma aleivosia, metafísico e fique na “gerência” em João Pessoa mesmo e elucubre um projeto de verdade, palpável, patente, concreto, pois enquanto a senhora pensa que gerencia, em encontros de quartéis, tudo que emana de visível de sua gerência, é sua fala equivocada, e se o governador me ouvisse, te dispensaria em nome do projeto de governo que ele encarna e sonha vitorioso e que você prejudica, talvez por não ter bem claro o que seja ressocialização e muito menos saber responder O QUE SEJAM PRESÍDIOS BONS.


OS FATOS DESMENTEM AS ESTATÍSTICAS GOVERNAMENTAIS - A VIOLÊNCIA NÃO DIMINUIU NA PARAÍBA.


Registrados 13 assassinatos na Grande João Pessoa nas últimas 48 horas


As mortes começaram na quinta-feira, 28, com o assassinato do empresário Adalberto Pinto Monteiro

 O feriado da Semana Santa de 2013 deverá ser marcado como uma dos mais violentos da grande João Pessoa. Em apenas 48 horas, foram registrados 13 assassinatos. Os crimes aconteceram nas cidades de João Pessoa, Cabedelo, Santa Rita e Conde, e as mortes aconteceram através de facadas e disparos de armas de fogo.

Crimes
As mortes começaram na quinta-feira, 28, com o assassinato de Adalberto Pinto Monteiro, empresário da construção civil. O crime aconteceu em João Pessoa, no bairro do Bessa.
Em Santa Rita, no mesmo dia, morreram três pessoas, dois homens e um adolescente. Na Capital paraibana, mais um homicídio foi registrado na Capital paraibana, baleado 10 vezes enquanto estava em um carrinho de espetinhos no bairro de Cruz das Armas.
Ainda na quinta-feira, 28, duas pessoas morreram em Cruz das Armas.
No município do Conde, as vítimas foram um ex-presidiário, que foi abordado enquanto passava por uma rua do Loteamento Carnaúbas, e um adolescente de 17 anos que foi morto no distrito de Guruji.
A sexta-feira, 29, começou com o assassinato de um adolescente, que foi encontrado pela Polícia boiando em um maceió na praia de Intermares, em Cabedelo.
Mais quatro crimes foram registrados em João Pessoa, um no bairro de Cruz das Armas, Jardim Veneza, Altiplano e bairro dos Ipês.
da Redação
WSCOM Online

sexta-feira, 29 de março de 2013


João Pessoa é a 10ª cidade mais violenta do mundo, aponta pesquisa; Veja o ranking!


A Rede de TV norte-americana CNN divulgou nesta quinta-feira (28) o ranking das 100 cidades mais violentas do mundo. Dados levantados pela organização não governamental mexicana Conselho Cidadão para a Segurança Pública e Justiça Criminal apontaram João Pessoa como a 10ª cidade onde mais se praticam homicídios violentos, levando em conta a proporcionalidade da população.

Os dados são de 2012, quando a capital paraibana registrou 518 homicídios, com uma taxa de 71,59 assassinatos por cada grupo de 100 mil habitantes.

Em 2011, João Pessoa ocupava a 29ª posição no mesmo ranking, após fechar o ano com 583 assassinatos, sendo 48,64 para cada grupo de 100 mil habitantes.

Mesmo tendo apresentado uma pequena redução de um ano para outro, a cidade acabou ganhando mais destaque negativo na lista. A explicação é que as outras cidades mostradas pela ONG mexicana intensificaram ações para reduzir o número de assassinatos intencionais e violentos.

Como é o caso de Maceió, capital de Alagoas. No ranking de 2011, a cidade aparece ocupando o vergonhoso terceiro lugar, com 1.564 homicídios registrados e a absurda taxa de 135,26 ocorrências para cada grupo de 100 mil habitantes.

Em 2012, após reforço nas ações de segurança pública, inclusive com interferência da Força Nacional de Segurança, Maceió reduziu para 801 homicídios (85,88/100 mil habitantes). Mesmo assim, ainda figura na relação divulga nesta quinta com no vergonhoso sexto lugar.

Outras 15 cidades brasileiras aparecem na relação das 50 cidades mais violentas do mundo. A pesquisa levou em conta dados oficiais pesquisados em 189 países, alguns inclusive em conflitos e guerras civis. Mesmo assim, o Brasil, que sediará eventos esportivos internacionais, surge como o mais violento entre todos os pesquisados.

Conhecido internacionalmente por ser um país dominado pelo crime, o México tem apenas nove cidades entre as mais perigosas, de acordo com a ONG. 

Veja o ranking das cidades mais violentas do mundo 

1 - San Pedro Sula, Honduras
1.218 homicídio doloso em 2012
719.447 habitantes
169,30 homicídios por 100 mil habitantes

2 - Acapulco, México
1.170 homicídio doloso em 2012
818.853 habitantes
142,88 homicídios por 100 mil habitantes

3-Caracas, Venezuela
3.862 homicídio doloso em 2012
3.247.971 habitantes
118,89 homicídios por 100 mil habitantes

4-Central District, Honduras
1.149 homicídio doloso em 2012
1.126.534 habitantes
101,99 homicídios por 100 mil habitantes

5-Torreon, México
1.087 homicídio doloso em 2012
1.147.647 habitantes
94,72 homicídios por 100 mil habitantes
6-Maceió, Brasil
801 homicídios intencionais em 2012
932.748 habitantes
85,88 homicídios por 100 mil habitantes

7-Cali, na Colômbia
1.819 homicídio doloso em 2012
2.294.653 habitantes
79,27 homicídios por 100 mil habitantes

8-Nuevo Laredo, no México
288 homicídios em 2012
395.315 habitantes
72,85 homicídios por 100 mil habitantes

9-Barquisimeto, Venezuela
804 homicídios em 2012
1.120.718 habitantes
71,74 homicídios por 100 mil habitantes

10-João Pessoa, Brasil518 homicídios em 2012
723.515 habitantes
71,59 homicídios por 100 mil habitantes

11-Manaus, Brasil
945 homicídios em 2012
1.342.846 habitantes
70,37 homicídios por 100 mil habitantes

12-Guatemala, Guatemala
2.063 homicídio doloso em 2012
3.062.519 habitantes
67,36 homicídios por 100 mil habitantes

13-Fortaleza, Brasil
1.628 homicídio doloso em 2012
2.452.185 habitantes
66,39 homicídios por 100 mil habitantes

14-Salvador (RMS e), Brasil2.391 homicídio doloso em 2012
3.642.682 habitantes
65,64 homicídios por 100 mil habitantes

15-Culiacan, México
549 homicídios em 2012
884.601 habitantes
62,06 homicídios por 100 mil habitantes

16-Vitória, Brasil

1.018 homicídio doloso em 2012
1.685.384 habitantes
60,40 homicídios por 100 mil habitantes

17-New Orleans, Estados Unidos
193 homicídios em 2012
343.829 habitantes
56,13 homicídios por 100 mil habitantes

18-Cuernavaca, México
359 homicídios em 2012
640.188 habitantes
56,08 homicídios por 100 mil habitantes

19-Juarez, México
749 homicídios em 2012
1.339.648 habitantes
55,91 homicídios por 100 mil habitantes

20-Ciudad Guayana, Venezuela
578 homicídios em 2012
1.050.283 habitantes
55,03 homicídios por 100 mil habitantes




Fonte: Consejo Ciudadano para la Seguridad Publica y Justícia Penal


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Padre Bosco: 'Páscoa' - Leia a Coluna desta semana


Páscoa
 
Estamos vivenciando a tradicional semana santa. Qual o sentido deste tempo? Para muitas pessoas é um momento para um feriadão: viagem, bebida, praia, descanso, brigas, etc. nesta nossa sociedade, tudo é relativo e tudo está à mercê de nossas vontades e desejos. Feriadões são também oportunidades mesmo não desejadas, para violências e mortes.
 
A semana santa continua sendo a mesma para a igreja desde suas origens. É um tempo especial, chamada de semana maior pelo fato de nela celebrarmos o maior acontecimento da historia da humanidade em todos os tempos e em todas as dimensões.
 
Domingo de Ramos, abertura da semana, nos lembra da entrada de Jesus em Jerusalém, sendo aclamado como Rei, montado em um jumentinho. Para qualquer pessoa que reflete um pouquinho e conhece a estrutura social, já sabe que se trata de um rei e de um reinado completamente destoante dos reinados convencionais. Jamais um rei entraria de forma triunfal em uma cidade montado em um jumentinho.
 
A partir de então, o desenrolar dos acontecimentos lembrará que o reinado de Jesus não passa pela ordem, pelo poder, pelo dinheiro, mas pelo serviço.
 
Na quinta feira santa, pelo final do dia, em todas as paroquias, basílicas e catedrais, se celebra a Ceia do Senhor com o lava-pés. Não há gesto mais profundo do que este, no qual Jesus sai da mesa, se cinge com uma toalha e se abaixa para lavar os pés de seus discípulos. Com esta atitude o Senhor assume o lugar do escravo que na casa do patrão lavava os pés da visita que ali era recepcionada. Exatamente por este motivo é que o apostolo Pedro reage para que o mestre não lhe lave os pés.
 
Em muitas de suas falas Jesus deixou muito claro, que veio para servir e não para ser servido. Veio para dar a sua vida para salvar a todos. Assim Jesus deixa claro, na santa ceia, que se temos alguma função na igreja, não deve ser o status, o prestigio, o titulo, a fama, o paparico, mas a tarefa de lavar os pés uns dos outros, que traduzindo, significa estar a serviço diante dos apelos e necessidades de irmãos e irmãs. Como dizem: “quem não vive para servir, não serve para viver”. Assim, celebrar a ceia é fazer tudo o que Ele fez: “Façam isto em memoria de mim”.
 
A sexta feira é o dia do silencio, o dia da entrega. Quando uma pessoa é assassinada não dizemos que a mesma morreu, mas que a vida lhe foi tirada. Jesus também não morreu simplesmente, mas as autoridades resolveram que o matariam. Assim aconteceu! Jesus, por fidelidade à sua missão, não abriu mão de seu projeto para a construção do reinado e permaneceu fiel até o fim. Ama quem é capaz de dar a vida até o fim. Morrer com Jesus é uma necessidade e uma virtude cristã.
 
Morre-se com Jesus no dia a dia como também pela graça do martírio. Só se vive que se morre. Salvar a pele, proteger a imagem, não se queimar, ficar do lado dos grandes para ser bajulado significa perder a vida. Celebrar a paixão é percebê-la acontecendo todos os dias no sofrimento das pessoas abandonadas e se solidarizar com elas, mas que isso signifique desonra e desprestigio para nós. Que o nosso desejo humano de aparecer não nos tires da cruz que nos salva. A paixão de Jesus está cada vez mais presente na humanidade humilhada e injustiçada. De maneira mais evidente o Senhor nos diz que tudo o que fizermos aos outros é a Ele que estamos fazendo. Chorar diante do crucifixo e não chorar diante dos crucificados, para tomar o partido deles é ampliar o sofrimento de Jesus.
 
Celebrar o sábado santo é acolher o dom da vida. Os que pensaram derrotar Jesus e sua missão foram derrotados para sempre. O sepulcro se tornou vazio, isto é, não temos mais a derrota da humanidade, mas a sim da vida que nos vem pela ressurreição. A igreja proclama que Jesus é o Senhor. Lembrando Dom Helder Câmara “depois da ressurreição ninguém mais pode viver sem esperança.” Jesus é a própria esperança. Ninguém mais pode ser contra nós, nem contra vida, pois Ele está conosco, em nosso favor e a favor da vida.
 
Por favor, você já comprou os ovos de páscoa, porem, não esqueça que a pascoa não é mais uma festa de comes e bebes, mas uma pessoa, a mais especial de todas, divina, o próprio Deus, o verbo que armou a sua tenda em nosso meio, para sempre. O mesmo estará conosco até o fim dos tempos. Nesta logica, Feliz Pascoa!


Por Padre Bosco
* Colunista do Blog Mari Fuxico


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terça-feira, 26 de março de 2013

Fernanda Pompeu: 'Valdênia, um metro e meio de atrevimento'



Valdênia, um metro e meio de atrevimento 

Valdênia Paulino Lanfranchi, a primeira ouvidora de polícia na Paraíba, é uma pessoa sem papas na língua e sem rugas no pensamento. Ela chega esclarecendo: "A maior parte dos policiais militares e civis é séria. É gente que trabalha duro. Porém, alguns extrapolam o poder da função e se tornam criminosos. A Ouvidoria existe para que a população possa denunciar abusos e se proteger dos maus policiais".

Valdênia está no cargo faz um ano e meio. Ela foi indicada pelo Conselho Estadual de Direitos Humanos da Paraíba. A Ouvidoria de Polícia é vinculada à Secretaria de Segurança. "Eu e minha equipe estamos fazendo um bom trabalho. Antes, 80% das denúncias vinham por telefone. Hoje, 45% delas são presenciais. As pessoas vêm até nós. Isso significa que a população está confiante no trabalho da Ouvidoria", ela comemora.

As principais denúncias contra policiais são de assassinato, tortura, corrupção, envolvimento com traficantes, formação de milícias. "Mas também companheiras e esposas de policiais nos procuram para relatar situações de violência doméstica. Ou seja, é um caldo em que o ingrediente principal é o machismo. O sujeito se acha o máximo porque tem um pênis e uma arma", Valdênia desabafa. Como é comum acontecer, muitas mulheres vítimas de violência recuam quando se fala em processar judicialmente o agressor. "Damos apoio para as que querem levar a denúncia adiante. A gente encaminha a mulher para um Centro de Referência e acompanha os passos do processo. Sempre digo, um homem agressor já é perigoso, um agressor armado é muito mais", ela pontua.

Valdênia mora em João Pessoa desde 2009. Veio com o marido Renato Lanfranchi, um ex-padre de origem italiana. Ela conta: "Renato também é um batalhador pelos direitos humanos. Daí a gente se entende às mil maravilhas e sempre roubamos um tempinho para namorar. Isso dá salubridade ao nosso cotidiano muito carregado. Todo mundo que trabalha com a promoção e a defesa dos direitos humanos sofre de estresse intenso. Sabe por quê? Porque o Brasil ainda é um grande violador de direitos." A ouvidora fala com propriedade, pois está metida na defesa dos mais pobres e vulneráveis desde sua adolescência. "Eu nasci em 1967. Com quinze anos já fazia trabalhos nas favelas de Sapopemba. Também já acompanhei a dor de inúmeras mães. Vi muito menino ser morto pela Rota, ou por traficantes. Também testemunhei a comunidade ter muitas vitórias, mas sempre a partir da luta. Nenhuma conquista vem de graça", explica.

Formada em Direito, com mestrado na PUC de São Paulo, Valdênia leciona em duas faculdades de João Pessoa. Ela acredita ser fundamental formar jovens advogados com valores democráticos e éticos. "Ainda são poucos os advogados dispostos a ir para linha de frente. Isto é, trabalhar ao lado e em conjunto com as pessoas mais desfavorecidas. Aquelas que carecem de dinheiro, educação, trabalho, lazer. Não obstante os avanços contra a pobreza no Brasil, ainda há cidadãs e cidadãos desrespeitados", diz a professora. Ousada, ela ajudou a organizar o grupo de Mães da Paraíba. São mulheres que tiveram seus filhos assassinados sem que ninguém fosse responsabilizado. "A dor dessas mães nunca acaba. Mas poderia ser minimizada se os assassinos de seus filhos pagassem pelo o que fizeram. Quando a justiça é feita, o coração serena", ela reflete.


Pequena grande guerreira

Pimeira ouvidora mulher de polícia na Paraíba. Modesta, Valdênia pouco fala dos vários Prêmios e Menções Honrosas que recebeu por seu trabalho na área dos Direitos Humanos. Ela foi agraciada no Brasil e no exterior. "Eu me defino como uma promotora de direitos. Fiz isso por toda a minha vida. Nunca me calei, ou abaixei a cabeça para a prepotência de maus policiais, maus juízes, ou bandidos", ela deixa claro. Tal coragem tem seu preço. Hoje a ouvidora de polícia da Paraíba conta com escolta de segurança, devido às ameaças ao seu local de trabalho e a sua vida. "Trabalhando na Ouvidoria de Polícia, contrariamos muitos interesses. Por exemplo, interesses de criminosos organizados. Essa gente que se acostumou a viver na impunidade, a fazer o que bem entendesse. Aí, de repente, eles percebem que vamos criar obstáculos, vamos averiguar e, na medida do possível, responsabilizá-los pelos malfeitos", ela conclui.

Amigos e familiares de Valdênia temem por um atentado a sua vida. Mas quem a conhece sabe que esta mulher não tem medo de meter a mão em vespeiro. A comunidade de Sapopemba, na zona leste de São Paulo, coleciona histórias da coragem de Valdênia. São inúmeras. Ela lutou por transporte, habitação, saneamento básico, escolas, geração de empregos, justiça. Sempre pôs a cara para bater. Uma vez parou na frente de um trator que se movimentava para derrubar uma casa em um assentamento. O tratorista desistiu de ir em frente. Algumas vezes ela acabou presa. Numa delas, o delegado ao ver a moça franzina, de um metro e meio de altura, exclamou surpreso: "Mas esta é a perigosa Valdênia? Eu imaginava que fosse uma mulher enorme!"


Por Fernanda Pompeu


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quinta-feira, 28 de março de 2013



ESTADO DA PARAÍBA
CONSELHO ESTADUAL DE DIREITOS HUMANOS
Lei Estadual nº 5.551/92

NOTA

A retirada do símbolo da CAVEIRA, usada pelo BOPE (Batalhão de Operações Policiais Especiais) da Policia Militar da Paraíba gerou insatisfações em determinados setores da imprensa, como também dentro da própria Policia Militar. As reações se dirigem de forma muito agressiva contra o Conselho Estadual de Direitos Humanos e contra o Deputado Luiz Couto.

Diante das criticas que nos tem sido dirigidas, trazemos, enquanto Conselho, os seguintes esclarecimentos:

Que não se trata apenas do símbolo da caveira, mas que “- é vedado o uso, em fardamentos e veículos oficiais das polícias, de símbolos e expressões com conteúdo intimatório ou ameaçador, assim como de frases e jargões em músicas ou jingles de treinamento que façam apologia ao crime e à violência;” texto da resolução. XVII.

Que Conselho Estadual de Direitos Humanos, apenas pediu ao Estado da Paraíba, que seguisse a RESOLUÇÃO numero 8, DE 20 DE DEZEMBRO DE 2012, assinada pela Ministra Maria do Rosário Nunes MINISTRA DE ESTADO CHEFE DA SECRETARIA DE DIREITOS HUMANOS DA PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA, na qualidade de PRESIDENTA DO CONSELHO DE DEFESA DOS DIREITOS DA PESSOA HUMANA.

Que Resolução não se refere apenas ao uso de símbolos, mas, “Dispõe sobre a abolição de designações genéricas, como "autos de resistência", "resistência seguida de morte", em registros policiais, boletins de ocorrência, inquéritos policiais e notícias de crime”.

Que o Senhor Ricardo Coutinho, governador do Estado da Paraíba, a quem parabenizamos pela iniciativa, antes de nossa solicitação já havia se manifestado contra o símbolo da caveira e já tinha pedido explicações a respeito;

Que estamos de acordo com todos os itens da Resolução, sobretudo nos que se referem à assistência a que o estado tem obrigações tais como:

XVIII - o acompanhamento psicológico constante será assegurado a policiais envolvidos em conflitos com resultado morte e facultado a familiares de vítimas de agentes do Estado;

XIX - cumpre garantir a devida reparação às vítimas e a familiares das pessoas mortas em decorrência de intervenções policiais;

XX - será assegurada reparação a familiares dos policiais mortos em decorrência de sua atuação profissional legítima;

Que classificamos as acusações dirigidas ao Conselho Estadual como graves, injustas, desrespeitosos, superficiais e que agridem à própria sociedade à qual nós representamos através das instituições das quais se compõe o nosso Conselho.

Que continuaremos a serviço da sociedade paraibana e vigilantes diante das situações que violam a vida e o desrespeito à pessoa humana.


JOÃO BOSCO FRANCISCO DO NASCIMENTO
CONSELHEIRO PRESIDENTE





Da Redação
com Nota enviada por Pe. Bosco


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sábado, 23 de março de 2013


Comando Geral da Polícia Militar extingue símbolo da caveira na corporação

O Comando Geral da Polícia Militar da Paraíba (PMPB) publicou, no boletim interno desta quinta-feira (21), resolução (número 003/2013) que dispõe sobre a vedação do uso de símbolos e expressões de cunho intimidatório no âmbito da corporação, além de frases e jargões em músicas ou jingles de treinamento que façam apologia ao crime e à violência.
A norma segue entendimento da resolução de 20 de dezembro de 2012, da Secretária de Direitos Humanos da Presidência da República, e entrou em vigor já na data de publicação. Com isso, o símbolo da faca sobre a caveira, então utilizado pelo Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) da PMPB em fardamentos e bandeiras, será retirado de tais materiais. O símbolo era usado na tropa especializada com o significado da vitória da vida sobre a morte.
No entanto, o emblema pode provocar outras interpretações e como a missão constitucional da PMPB é promover a paz social e o bem-estar da sociedade democrática, o Comando Geral resolveu extinguir o uso da‘faca na caveira’.
“A essência do Bope não está em símbolos, mas sim em preservar vidas e aplicar a lei. O batalhão vai continuar sendo um importante braço da Polícia Militar, sempre intervindo em situações de risco e sem derramamento de sangue. Em um ano (tempo de ativação do Bope na Paraíba), todas as intervenções feitas pela unidade salvaguardaram a vida dos cidadãos de bem e daqueles que estavam contra a ordem pública”, frisou o comandante geral da PM, coronel Euller Chaves.
Ele comentou, ainda, que a decisão de extinguir o símbolo da ‘caveira’ foi tomada pelo Comando, em construção com o Bope, mas abrangendo toda a corporação, “a fim de assegurar a cultura de paz e também não polemizar, pois temos problemas reais para solucionar”.

quarta-feira, 20 de março de 2013


Semana Santa

Aproxima-se a semana santa. Nos tempos idos, não tão distantes, a semana santa era um momento muito especial na vida das famílias. Mesmo aquelas não tão católicas, viviam a atmosfera de um tempo voltado para Deus. Havia uma mística que envolvia a todos. Hoje, no processo de secularização que vamos acompanhando, vamos perdendo a mística desse tempo. A semana passou a ser um grande feriado no qual as pessoas vivem tudo aquilo que não deveriam em relação ao tempo celebrado. Falta um total respeito, por parte de muito em relação ao mistério celebrado. Costumo dizer que ninguém faz festa por ocasião da morte de alguém. Pois bem, na semana santa foi assassinado o Filho de Deus. Para a vida cristã, a semana chamada -maior- tem a ver com tempo de silencio, de meditação de oração e de participação na vida da comunidade eclesial que celebra nos Mistérios da Paixão, Morte e Ressurreição do Senhor. Também não se trata de apenas celebrar, mas dá o verdadeiro sentido ao que se celebra. Ainda perdura na mentalidade da fé popular a redução da semana à sexta feira santa, por causa também do sofrimento vivido em nossas regiões. Por isso, a Vigília Pascal, a noite mais importante da liturgia católica ainda não ressoa no coração de todos os fieis. Vale ressaltar que a semana santa nos apresenta um grande drama a respeito do processo de condenação e morte arquitetado conta Jesus. Como sabemos, a mensagem e a pratica de Jesus veio ao encontro das tradições dos fariseus, escribas e sacerdotes do templo. Na tradição a vida não tinha importância, por isso, a lei estava acima da vida. Pouco importava o que as pessoas tivessem passando. Se a lei tivesse sendo cumprida se davam por satisfeitos. Jesus, ao contrario, colocava a vida humana e suas necessidades acima das leis e das instituições. Para Jesus, a pessoa humana tinha a prioridade diante de tudo por ser ela a imagem e semelhança de Deus, assim definida na criação. Essa mensagem de Jesus causou muitas insatisfações e chegaram à conclusão que não deveriam aceita-lo, pois o mesmo contrariava tudo. Diante desse quadro aconteceu todo o processo de acusação, de prisão, de condenação e de morte na cruz. Uma das piores condenações que se poderia aplicar a alguém. Os condenados à morte de cruz ficavam expostos até que fossem comidos pelas aves de rapina. Jesus foi vitima de todo esse processo injusto, ele que passou a vida fazendo o bem como registra a escritura, por amor a toda humanidade. Na origem do cristianismo, portanto, temos um homem, Filho de Deus, vitima do cárcere de toda sorte de condenação e sofrimento. De tão humilhado e desfigurado que foi perdeu a aparência humana, mas para surpresa de todos, que pensaram terem acabado com ele, o mesmo venceu a morte e ressuscitou. No centro da vida cristã, portanto, está a morte, seguida da vitória sobre a morte. A noite da vigília pascal é a noite mais importante da fé cristã, pois a noite das trevas e das injustiças foi vencida pela luz da vida e da ressureição. A morte passou a ser uma realidade do passado. Jesus é o Senhor da historia. Jamais o mesmo poderá ser dominado e vencido.
Paraíba, 20/03/2013
Couto diz que uso do símbolo da caveira na PM/PB é desobediência a lei e ao governo
O deputado Luiz Couto (PT) ocupou a tribuna da Câmara Federal, na segunda-feira (18/3), para denunciar que o comandante da Polícia Militar da Paraíba, coronel Euller Chaves, está desobedecendo determinação do governador Ricardo Coutinho ao querer implantar o símbolo da caveira na instituição.
Couto disse que apesar do governador já ter se pronunciado, por mais de uma vez, que não aceitará o uso dessa emblema na polícia, há, segundo ele, registros de que o coronel Euller utilizou o símbolo durante uma solenidade, em que estava vestido de preto, e ainda gritou o nome ‘caveira’ com o microfone na mão em plena praça diante do público. “Isso precisa ser analisado com mais profundidade”, defendeu o parlamentar.
Luiz Couto destacou que as entidades defensoras dos direitos humanos na Paraíba manifestaram, em documentos entregues ao comandante geral e ao governador Ricardo Coutinho, o repudio aos crimes de apologia e defenderam o cumprimento da Resolução Ministerial nº 8, de 20 de dezembro de 2012, art. 2°, inciso XVII.
Couto pediu que as autoridades da Paraíba analisem os documentos, “e que venham a se cumprir as determinações das resoluções ministeriais na forma de acolhimento ao clamor público”. “Enquanto aos policiais que aderirem a essas atrocidades, sejam punidos conforme a lei”, completou.
Confira pronunciamento:

O SR. LUIZ COUTO - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, recebi na semana passada uma denúncia do Conselho Estadual de Direitos Humanos da Paraíba, que quero registrar neste plenário.
A Polícia Militar da Paraíba, uma instituição secular com aproximadamente 14 mil policiais, nos últimos 2 anos, tem sido comandada pelo Coronel Euller Chaves, que é irmão do Coronel Kelson, ex-Comandante da PMPB, cuja instituição comandou por pouco mais de 6 meses, onde tentou instituir um comando tirânico, em que só haveria dois lados: o seu lado e o lado dos inimigos.
O Coronel Euller Chaves, irmão do Coronel Kelson, assumiu o comando da Polícia Militar da Paraíba prometendo ao seu irmão dar continuidade aos projetos que ele, Kelson, teria iniciado, projetos esses que na verdade em nada contribuíram para a segurança pública do Estado.
A Paraíba não esqueceu um desses projetos nefastos. Refiro-me à Operação Sucuri, criada pelo ex-Comandante da PM da Paraíba, o Coronel Kelson.
A Operação Sucuri era formada por 30 policiais militares; os mesmos rodavam os bairros da grande João Pessoa e faziam abordagens com ações irregulares, ilegais e arbitrárias. Há relatos de pessoas que, durante a abordagem desses policiais, eram espancadas, xingadas com palavras de baixo calão, torturadas, levavam chutes nas áreas genitais, safanões na cabeça e tudo o mais.
Tudo isso sob um clima de terror nas vítimas. Tudo devidamente presenciado pelo seu Comandante, que na época era Major da PM, hoje Coronel da reserva remunerada, o Coronel Kelson. Foram tantas denúncias na imprensa, no Conselho Estadual de Direitos Humanos e em várias instituições que a sociedade organizada da Paraíba e as autoridades precisaram mobilizar a Assembleia Legislativa do Estado da Paraíba para que a Operação Sucuri fosse encerrada. E, pelo clamor social, o Governo extinguiu a drástica operação.
Fato é que muitos daqueles policiais que trabalhavam na Operação Sucuri hoje estão presos, processados ou expulsos da polícia paraibana por estarem envolvidos com grupos de extermínio, assaltos ou torturas.
Mas na época eram tidos como a elite da polícia. Hoje a Polícia Militar da Paraíba tem várias modalidades de policiamento, em que todas são especiais se cumprirem a lei e respeitarem a vida, em outras palavras, respeitarem os direitos humanos.
No entanto, o Coronel Euller quer reiniciar o projeto do irmão. Quer implantar o símbolo da caveira na Polícia Militar da Paraíba, desobedecendo a uma determinação do Governador do Estado da Paraíba, Ricardo Coutinho, que já se pronunciou, por mais de uma vez, no sentido de que não aceitará o símbolo da caveira na polícia paraibana.
Há registros de que o Comandante Geral da PM da Paraíba, o Coronel Euller, colocou o símbolo da caveira em um uniforme (preto) e o usou durante a solenidade. Euller hasteou a Bandeira Nacional, a bandeira do Estado da Paraíba e a bandeira da caveira no pavilhão em frente ao Comando Geral da PM no último dia 14 (quinta-feira), do corrente mês. E ainda gritou caveira com o microfone na mão em plena praça pública diante do público. Isso precisa ser analisado com mais profundidade.
Para que serve um símbolo que mundialmente é tido, reconhecido e colocado como o símbolo da morte, da tortura, do terror, da psicopatia, do medo e da covardia? Neste mesmo momento encontrava-se presente no local, a pouco mais de 50 metros da formatura, um grupo de militantes dos direitos humanos, entre eles alguns Conselheiros de Direitos Humanos, inclusive alguns militares.
Os conselheiros e os militantes foram ao local com um banneronde se repudiava o símbolo da caveira e se solicitava que o Comandante-Geral da PM cumprisse a Resolução n° 8, de 21 de dezembro de 2012.
O Conselho de Direitos Humanos da Paraíba aguardou a formatura militar terminar para ir até o protocolo do quartel do Comando-Geral e protocolar um documento, do qual menciono alguns trechos e que solicito seja registrado nos Anais da Casa em seu inteiro teor:
O que diz a Resolução nº 8, de 21 de dezembro de 2012? Diz o seguinte:
Art. 2º..............................................................................
Inciso XVII - É vedado o uso, em fardamentos e veículos oficiais das polícias, de símbolos e expressões com conteúdo intimidatório ou ameaçador, assim como de frases e jargões em músicas ou jingles de treinamento que façam apologia ao crime e à violência;
Considerando que, o Governo do Estado da Paraíba, ao instituir o Comitê Estadual de Prevenção e Combate à Tortura e ao nomear a Comissão Estadual de Memória e Verdade, foi incisivo na determinação de que o Estado da Paraíba não deve admitir qualquer comportamento que viole os Direitos Humanos.
No último dia 14 deste, o CDH da Paraíba, manifestou a preocupação e repúdio ao fato da instituição da Polícia Militar ainda permitir o uso de símbolos como caveiras e animais raivosos, jargões em músicas ou jingles de treinamento que fazem apologia ao crime e à violência, com a escusa de que os policiais se sentem mais estimulados para o trabalho.

Eu, como Parlamentar e também defensor desta bandeira chamada direitos humanos, entendo que esta permissividade é contrária aos princípios constitucionais, aos tratados de direitos humanos e à resolução ministerial acima mencionada, afrontando o Estado Democrático de Direito.
É sabido que a violência impregnada nesses símbolos e práticas desumaniza os trabalhadores da segurança pública, que acabam manifestando o ódio e a raiva apreendidos no tratamento dispensado à população jovem, negra e mais pobre do Estado, além de contrariar a política de segurança em voga pela Secretaria de Segurança Pública do Estado da Paraíba.
Quero registrar também, Sr. Presidente, que as entidades defensoras dos direitos humanos na Paraíba, como o Conselho Estadual de Direitos Humanos – CEDH/PB; Comitê Estadual de Prevenção e Combate à Tortura –CEPCT/PB; Movimento Nacional de Direitos Humanos – Paraíba – MNDH/PB; Núcleo de Direitos Humanos da UFPB; Comissão de Direitos Humanos da UFPB; Centro de Referência em Direitos Humanos da UFPB; Ouvidoria de Polícia do Estado da Paraíba; Pastoral Carcerária Regional e Conselho de Direitos Humanos da OAB, manifestaram-se em documentos entregues ao Comandante Geral da Paraíba e ao Governador Ricardo Coutinho, o repudio aos crimes de apologia e defenderam o cumprimento da Resolução Ministerial nº 8, de 20 de dezembro de 2012, art. 2°, inciso XVII.
Enfim, quero salientar que sou adepto ao movimento em defesa do bem-estar social e peço às autoridades da Paraíba que analisem os documentos, e que venham a se cumprir as determinações das resoluções ministeriais, na forma de acolhimento ao clamor público.
Enquanto aos policiais que aderirem a essas atrocidades, sejam punidos conforme a lei.
Gostaria também, Sr. Presidente, que fosse registrado nos Anais o documento encaminhado pelas diversas entidades de direitos humanos sobre o uso da caveira, símbolo da morte, símbolo do nazismo, símbolo da tortura, símbolo da violência, mas que, infelizmente, o Comandante está querendo utilizar na Polícia Militar do Estado da Paraíba.
Ascom Dep. Luiz Couto


terça-feira, 19 de março de 2013


CONSELHO ESTADUAL DOS DIREITOS HUMANOS DA PARAÍBA SE REÚNE COM AUTORIDADES DO JUDICIÁRIO, MINISTÉRIO PÚBLICO E PODER EXECUTIVO

Hoje pela manhã, o CONSELHO ESTADUAL DOS DIREITOS HUMANOS DO ESTADO DA PARAÍBA – CEDHPB, se reuniu no Fórum Criminal de João Pessoa, com o Juiz das Execuções Penais, Dr. Carlos Neves da Franca, Desembargador Fred Coutinho, Ouvidor do Tribunal de Justiça da Paraíba, Representante do Ministério Público, Dr. Nilo Siqueira, Secretário Adjunto da Secretaria de Administração Penitenciária, Dr. João Bosco Carneiro Júnior, Coronel Arnaldo Sobrinho, gerente da GESIPE, Ziza Maia, Gerente de Ressocialização da SEAP, Percinande, Defensora Pública e representante do Defensor Público Geral, Delegado de Polícia Jaime Giacomelo e as pessoas de Massilon e Ozinete, ocasião em que foram tratados diversos assuntos, notadamente a situação do Presídio do Roger e d Presídio Feminino Júlia Maranhão, tendo a mencionada reunião, segundo o Padre Bosco, Presidente do CEDHPB e presente na reunião, a mesma foi muito proveitosa, inclusive com ações altamente positivas e moralizadoras adotas pelo Juiz das Execuções Penais.
O CEDHPB se encontrava na reunião pelos Conselheiros Estaduais Padre Bosco, Guiany Coutinho, Valdênia Lanfranchi, Renato Lanfranchi, Nazaré Zenaide, Alexandre Guedes e Marconi. 
Dentre os vários temas, as autoridades e os conselheiros dos Direitos Humanos dialogaram sobre a revista íntima, a qual é humilhante e fere a dignidade da pessoa humana, tortura e maus tratos, investigações de condutas ilegais, falta de assistência jurídica às internas do presídio feminino, uma vez que o CEDHPB constatou a existência de uma acusada em precisão provisória há mais de quatro anos, sem julgamento do seu processo crime, bem como e a portaria que manda revistar religiosos.
O Juiz das Execuções, Dr. Neves da Franca, informou que atendendo a denúncia doa Conselheira Laura Berquó, esteve no Presídio do Roger e constatou que dois presos estavam sim no isolado e o foram devidamente escutados por ele e o Representante do Ministério Público, que o acompanhava naquela oportunidade.
Também, foram pedidos os afastamentos temporários da Diretora Cynthia e o agente responsável pela revista íntima e pela colocação dos presos no “isolado brabo”, os quais alegam terem sido vítimas de tortura.




18/03/2013 17h14 - Atualizado em 18/03/2013 17h14

Conselho dos Direitos Humanos na PB



 denuncia humilhação de padres



Segundo Direitos Humanos, padres passaram por revista íntima no Roger.
Secretaria de Administração Penitenciária afirma que vai apurar o ocorrido. 

Jhonathan OliveiraDo G1 PB
Presídio do Roger, em João Pessoa (Foto: Walter Paparazzo/G1)
O Conselho Estadual dos Direitos Humanos do Estado da  Paraíba (CEDHPB) divulgou uma nota nesta segunda-feira (18) onde afirma que dois padres tiveram que passar por uma revista íntima quando entravam na Penitenciária Flóscolo da  Nóbrega, o presídio do Roger.  No documento o presidente do órgão, padre João Bosco Fernandes, repudia a atitude dos servidores, que teriam coagido e humilhado os sacerdotes, e diz que vai pedir que o Ministério Público entre com uma ação penal contra os responsáveis pela ação. A Secretaria de Administração Penitenciária disse que vai apurar o ocorrido.

O fato, segundo o CEDHPB, aconteceu no último dia 14 de fevereiro. Os padres, que integram  a Pastoral Carcerária, teriam sido obrigados a ficar nus e fazer movimentos de agachamento para que os agentes penitenciários verificassem se eles não estavam escondendo drogas ou objetos ilegais  dentro do próprio corpo. “A atitude foi uma grande arbitrariedade, nós pedimos providências. Comunicamos o secretário e o governador Ricardo Coutinho (PSB) foi o primeiro a ficar sabendo”,   disse o padre João Bosco ao G1.

João Bosco enfatizou que uma resolução do Conselho Estadual de Coordenação Penitenciária, publicada no começo de março e que normatiza a entrada de membros de entidades religiosas nos presídios, veda a realização da revista íntima para essas pessoas. O documento diz apenas que só haverá exceção quando acontecer alguma denúncia ou suspeita. “Não era o caso em questão. Inclusive um dos padres, o padre Júlio Massom, faz esse trabalho da pastoral no Roger toda semana . Ele não é uma pessoa estranha no local, não precisava passar por isso”, completou o presidente do Conselho dos Direitos Humanos.

A Secretaria de Administração Penitenciária negou que tenha submetido os sacerdotes a qualquer tipo de humilhação. Segundo o secretário Wallber Virgolino, apenas um padre foi revistado. “Ele não se identificou como padre, nem como membro da Pastoral Carcerária e por esse motivo foi revistado”, afirmou .
Padre na Paróquia Santa Terezinha, que também fica no Roger, e executando o trabalho de pastoral no presídio há nove anos , Júlio Massom confirmou que foi submetido à revista íntima e que viu a situação como uma ofensa. “Eu não estava acostumado com isso. Os agentes disseram que teriam que revistar todo mundo”, afirmou o padre. Ele ressaltou que os servidores alegaram que estavam agindo com base na resolução do Conselho de Coordenação Penitenciária, a mesma que orienta o contrário.
Wallber Vrigolino, secretário de Administração Penitenciária da Paraíba  (Foto: Jorge Machado/G1)
Júlio Massom disse ainda que voltou ao Roger no último domingo (17) para celebrar uma missa e não teve problemas para entrar no local . O padre informou que recebeu um pedido de desculpas do diretor do Roger, David Efraim Negri. “Foi um acidente de percurso, voltei lá e foi tudo normal, acho que foi um problema de comunicação”, pontuoUma sindicância será instaurada pela Secretaria de Administração Penitenciária para  apurar o corrido. Conforme, Wallber Virgolino caso seja identificado que servidores de fato tiveram culpa, estes serão penalizados.
Interdição do Roger
Na última semana o Conselho dos Direitos Humanos entrou com uma ação na Vara de Execuções Penais de João Pessoa solicitando a interdição do Presídio do Roger. O órgão decidiu entrar com a ação após constatar a superlotação da unidade prisional em uma recente visita.

A ação foi movida na segunda-feira (11), três dias antes do ato contra os padres na unidade prisional. Apesar disso o padre João Bosco não acredita que a revista íntima tenha sido uma retaliação ao Conselho de Direitos Humanos.
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