domingo, 16 de março de 2014

ATOS LAMENTÁVEIS E DITADURA HOMENAGEADA
 

Infelizmente, pessoas sem opinião e sem nenhuma ideologia, às vezes até com diploma de curso superior, numa demonstração de que faculdade não dar saber para uma formação humanista, estão tentando ressuscitar práticas de triste memória, as quais levaram este país aos escombros, às trevas do mais abjeto atraso e onde uma violência institucional fascista, matou, exilou e fez desaparecer pessoas que integravam movimentos de consciência, que não concordavam com a ditadura escancarada e maléfica, conduzida por generais, cujo saber se resumia a contar um, dois, três, quatro e que afundaram a nossa pátria, cassando cientistas, novos valores, grandes pensadores e extirpando o planejamento, basta ver a crise de administradores por qual passamos.
Vejam alguns desses tristonhos movimentos de ontem e práticas abomináveis de agora que glorificam e veneram a execrável ditadura.

A Marcha da Família com Deus pela Liberdade 

Esse movimento foi orquestrado pelo clero conservador, pelos políticos reacionários e pelos empresários gananciosos paulistas, em resposta ao discurso de João Goulart, proferido em 13 de março de 1964, prometendo desapropriar terras numa faixa de 10 km às margens de rodovias, ferrovias e barragens, transferindo-as para a União, além de ter assinado atos repassando para o controle federal cinco refinarias de petróleo, além de se comprometer em realizar as reformas de base, como sendo administrativa, agrária, financeira e tributária, coisas importantes para o país, que os movimentos antiquados, caducos e arcaicos de então não permitiram, findando por instalar-se um governo militar que enterrou todos os sonhos daquela juventude e da massa com opinião daquele momento histórico.

Processo contra Rubens Nóbrega

Para mim, no meu modesto sentir, o Jornalista Rubens Nóbrega, é o melhor, o maior, o mais pujante em produção de fatos importantes e verdadeiros no horizonte político do sublime torrão, honesto, leal, profundamente independente, não nasceu para se curvar a ninguém e muito menos para servir de muleta a mandatários de plantão e não merecia pelo seu íntegro labor de bem noticiar, receber processos em seus briosos ombros, ombros sobre os quais nenhum pretenso poderoso jamais montará, pois forjados na dignidade, compostura, decência, decoro e o mais dos apuradores pudores, suas palavras e suas letras só incomodam os tiranos, os não republicanos, os que odeiam a democracia e a liberdade de expressão, mas que adoram os pelegos, os lacaios, os áulicos, os xeleléus e os bicos doces que habitam palácios e repartições, pois esses, sem coluna, sem pernas e sem ombros, sem um esqueleto que reúna virtudes, estão sempre prontos para açoitarem palmas e louva a deus.
E assim, os cinqüenta anos de ditadura foram homenageados, o Governador da Paraíba em inominável cortesia e deferência ao indecoroso cinqüentenário atravessou processos e mais processos contra o talentoso e competente jornalista, algo muito ruim no curriculum vitae de alguém que si dizia republicano, mas talvez também tenha sido orientação dos aduladores e chaleiras que os rodeiam, já que o poder possui também o fenomenal poder de cegar as pessoas que ascendem .

Afastamento de Padre Bosco e Guianny

Em ato autoritário, desapropriado, inconveniente e intransigente, sem direito ao contraditório, após receber uma pessoa que serve aos interesses dos chefes que passam pela Secretaria da Administração e outra afastada da Pastoral Carcerária por conduta indevida, o Arcebispo da Paraíba, Dom Aldo de Cilo Pagoto, afastou da já mencionada pastoral o Padre João Bosco do Nascimento e Guianny Coutinho Mendonça, e o pior, ainda verberou que é a favor do maior de todos os atos que atentam contra a dignidade de mulheres paraibanas, a odienta e inaceitável revista íntima, numa demonstração que o pastor maior da capital deixou de amar os pobres, os humilhados, os oprimidos, os despossuídos e portadores de todas as necessidades, pois esta é a doutrina e o projeto de Jesus, para cerrar fileiras com o poder, com o servilismo, já que Padre Bosco e Guianny, tudo que fazem todos os dias das suas vidas, é caminhar na estrada do amor, da esperança para aqueles que já não as tem mais, uma vez que o poder apoiado pelo Bispo, lhes nega o mais elementar de todos os direitos, o do respeito á dignidade humana, como também cobram justiça social para o mais excluído de todos os segmentos, aquele que habita as prisões.
O Bispo visitou um Senador que foi recolhido ao cárcere, mas ali, tenho certeza, não se obrigou as mulheres que visitaram o político a se despirem, a se depilarem antes, a se acocararem várias vezes, a levar toques, pois, se tal aberração tivesse ocorrido, ele teria emprestado a sua voz contra tamanha ignomínia.
Este ato também consiste numa das reverências ao cinquetenário de uma das fases mais dolorosas do Brasil, a ditadura militar.

A prisão dos conselheiros

Eu no meu mais modesto entendimento, pensava que a prisão dos Conselheiros Estaduais dos Direitos Humanos do Estado da Paraíba seria uma nódoa indelével, indestrutível e inextinguível em qualquer governo, se não punida com o devido rigor, todavia, no atual staff da Paraíba, este ato também se exteriorizou como uma das mais afáveis e meigas mesuras e saudação aos cinqüenta anos do governo militar, inclusive, para desmoralizar os movimentos sociais, seus autores foram promovidos, com assunção de cargos importantes.

Os processos de Valdênia, Guianny e Laura Berquó

Essas três mulheres que orgulham esta Paraíba e seu povo, também estão sendo perseguidas pelo establishment, pelo grupo sociopolítico incrustado no poder, a primeira ao denunciar irregularidades na Polícia Militar, foi condenada num feito administrativo, mesmo com todas as evidência da presença de daninhas eivas, ela foi quem foi punida, enquanto Guianny Campos Coutinho, teve um processo fabricado dentro do Presídio Feminino de João Pessoa, dirigido por uma mulher que se exibe nas redes sociais com fotos ao lado do Governador, do Senador Cássio e da Primeira Dama, visando impressionar incautos sobre os seus prestigiosos laços com o poder, ou seja, coagiram uma detenta para acusar Guianny de ter praticado ameaça contra ela, o que caracteriza-se como uma caraminhola e embuste próprio de farsantes e não de servidores honestos. Finalmente, após levar ao conhecimento da Secretaria de Administração Penitenciária possível prática de torturas na Penitenciária Júlia Maranhão, a Conselheira Laura Berquó responde processo administrativo na Ordem dos Advogados do Brasil, pois, o Procurador do Estado que presidia a comissão de sindicância, após passar a defender a diretora da casa penal de forma apaixonada, em espaços sociais e na mídia, enviou para a OAB as cartas com denúncias de sevícias enviadas por segregadas do Júlia Maranhão, verberando que as mesmas podem ser falsas e ter sido obra da destemida conselheira, isto sem qualquer indícios, sem qualquer perícia, sem qualquer juízo de prelibação de que isto, ainda que remotamente pudesse ter ocorrido.
Assim, a ditadura não tem o que reclamar na Paraíba, uma pena, pois mais uma vez, o povão é o grande perdedor e a direita perversa e sádica, sempre vitoriosa, e com esses atos nefastos e inteiramente desoladores, na verdade eles querem é gritar a todo pulmão: VIVA A DITADURA!

Resposta de Dom Aldo


Não se calam os profetas
Sob esse título, a Coordenação Nacional da Pastoral Carcerária divulgou ontem nota de apoio a Guiany e ao Padre Bosco. Nela, ressalta que a decisão de Dom Pagotto, além de violenta e injustificada, contrapõe-se aos novos rumos da Igreja Católica abertos com o advento do Pontificado de Francisco. “Lamentavelmente, na contramão dos ventos que sopram do Vaticano, a Arquidiocese da Paraíba está testemunhando a perseguição à profecia, com a ascensão da arbitrariedade. A atitude de dom Aldo Pagotto, arcebispo da Paraíba, de afastar o padre João Bosco do Nascimento e a senhora Guiany Campos Coutinho de suas funções na coordenação da Pastoral Carcerária da referida Arquidiocese, é violenta e injustificada. Tal iniciativa representa uma oposição e um combate à ação pastoral e evangelizadora das pastorais sociais e das diretrizes do Documento de Aparecida (parágrafos 427-430)”, diz um dos trechos mais impactantes da nota.

Do Professor Virgolino

Caro Rubens, sou católico, praticante e atuante na Igreja (Paróquia de N. S. Auxiliadora, participando do ECC, das Pastorais da Família e do Grupo de Canto). Trabalho para a Igreja de Cristo e, agora, de Francisco, o Papa.
Porém, faço questão de afirmar, desde sua chegada e por medidas e comportamentos incondizentes com o que eu entendo de arcebispado, que não me sinto comprometido com a posição controversa de D. Aldo Pagotto.
Muitos padres com quem trabalhei, e posso atestar que são clérigos vocacionados e construtores da Igreja de Cristo, foram imotivadamente perseguidos, isolados, transferidos, como se fora uma administração pública, dessas que têm à frente um político caciquista que só quer a seu lado acólitos e bajuladores.
Entrando em searas que nada têm a ver com a atividade pastoral, o nosso arcebispo costuma sair por aí criando arestas e desentendimentos que só prejudicam o real papel da igreja.
São muitos os casos dessa errática atuação do Arcebispo Chefe da Arquidiocese da Paraíba.
Essa é a observação de um membro da comunidade católica que tem a consciência tranquila de que presta um serviço para Deus, podendo livremente manifestar-se sobre o condutor local da Igreja, sem questões pessoais, mas fruto da observação feita como ovelha, só que ovelha de duas pernas e cabeça para pensar, e não seguir cegamente caminhos que entende não ser os da verdadeira Igreja do século XXI.
Atenciosamente,
José Virgolino de Alencar
Católico Apóstólico Romano e Cidadão da Comunidade.
NOTA DE ESCLARECIMENTOS

SOBRE A PASTORAL CARCERÁRIA NA ARQUIDIOCESE DA PARAÍBA

Comecei os meus contatos com a Pastoral Carcerária de João Pessoa, em 1996, quando Dom Marcelo Pinto Carvalheira assumiu o arcebispado na Arquidiocese da Paraíba. O trabalho de Pastoral Carcerária era conduzido por Solemar, Ir Vitória, Padre Jaime, irmão Guido, Padre Antônio Maria, Padre Vicente Zambello e vários outros leigos e leigas, entre eles a senhora Guiany Campos Coutinho.
A Pastoral Carcerária da Arquidiocese, coordenada por essa equipe, fez um trabalho muito significativo pelo nível de dedicação dispensada ao trabalho e, por isso, o nosso estado foi se destacando no cenário nacional.
Integrando essa equipe, fiquei coordenador arquidiocesano por um período e aprendi muito, com o testemunho dessa equipe abnegada de Joao Pessoa.
Depois dessa experiência fiquei na articulação do estado, seguindo o trabalho do padre Antônio Maria, mas, vale salientar, que a Arquidiocese da Paraíba sempre manteve o seu trabalho com uma boa equipe de coordenação e sempre participou dos encontros estaduais que se sucederam a cada ano em forma de rodizio nas cinco dioceses (Arquidiocese da Paraíba e as Dioceses de Campina Grande, Guarabira, Patos e Cajazeiras), já por 18 anos seguidos. A Arquidiocese da Paraíba sempre levou o maior número de agentes de pastoral para os encontros estaduais.
Atualmente, a Pastoral Carcerária da Arquidiocese da Paraíba tem uma coordenação colegiada, que foi reestrutura no início do mês de junho de 2013 composta pelos seguintes membros: Padre Liginaldo Miguel dos Santos, Solemar Mendes de Sena, Massilon da Silva Ramos, Valéria Maria dos Santos Fragoso e Guiany Campos Coutinho conforme registro em ata já divulgada. Vale salientar que como Solemar Mendes de Sena, a Senhora Guiany Campos Coutinho, já coordenou a Pastoral Carcerária da Arquidiocese da Paraíba por mais de uma vez com o reconhecimento da Arquidiocese inclusive com anotações de seu nome como referência no Anuário Arquidiocesano.
Com a chegada de Dom Aldo, na Arquidiocese da Paraíba, a Pastoral Carcerária foi a primeira a convida-lo para participar de uma reunião que aconteceu no Mosteiro de São Bento para a acolher do arcebispo e apresentar seu trabalho.
Outro momento marcante em que a Pastoral Carcerária da Paraíba se reuniu com Dom Aldo foi com a presença da presidência do Regional: Dom Antônio Muniz Fernandes e Dom Jaime Vieira Rocha. No término daquela conversa Dom Aldo, que demonstrou-se incomodado durante todo o tempo, disse que Pastoral Carcerária não seria prioridade para a Arquidiocese e que ele não fosse procurado para tratar dessa matéria.
Como a Pastoral Carcerária na Arquidiocese sempre teve uma boa equipe de articulação, o trabalho se manteve sem muitas alterações.
Ao longo desses 18 anos a Pastoral Carcerária conseguiu ser uma referência no que se refere à realidade carcerária uma vez que só ela tem uma presença frequente, semanal, através de suas equipes visitando as unidades prisionais, sendo a presença da Igreja, através de cada membro, cada agente, que cumpre sua missão de batizado. Afinal, é a cada pessoa que Jesus se dirige quando diz “Eu estava preso e vocês foram me visitar” Mt. 25,36
No estado da Paraíba o trabalho da Pastoral Carcerária sempre foi apoiado pelos bispos da Província e eu, pessoalmente, sempre fui apoiado pelos bispos da Diocese de Guarabira, da minha diocese: Dom Marcelo Pinto Carvalheira, Dom Antônio Muniz e Dom Francisco de Assis Dantas de Lucena.
A nossa atuação está articulada com a Coordenação Nacional da Pastoral Carcerária e com a CNBB do Regional Nordeste II, particularmente com Dom Genival Saraiva de França, Bispo de Palmares, Dom Francisco de Assis Dantas de Lucena, Bispo de Guarabira e Dom Jose Luís Ferreira Salles, Bispo de Pesqueira.
À pedido de Dom Francisco de Assis Dantas de Lucena, Bispo de Guarabira, participei de uma reunião da Província da Paraíba, com os bispos do nosso estado. Na ocasião, ao falar sobre a realidade carcerária, pedi que fosse apresentado um bispo referencial para Pastoral Carcerária, mas, momento a minha solicitação não pode ser definida. Neste caso continuei como referência na Província com atribuições de articular, colaborar e gerenciar os conflitos dentro da Pastoral Carcerária e no Sistema Carcerário como um todo.
No mês de janeiro de 2014, a Equipe de Coordenação Colegiada da Pastoral Carcerária na Arquidiocese me pediu para ajudar no processo de discernimento relacionado ao comportamento do agente de pastoral, Massilon da Silva Ramos, também membro da referida equipe. Muitas dificuldades foram apresentadas, inclusive por mim, que havia recebido várias informações, que inviabilizavam a sua continuidade na Pastoral Carcerária. Ele próprio sabe do que a coordenação toda sabe. Com ele se conversou várias vezes e com ele se teve muita paciência e caridade. Por fim, a Equipe de Coordenação Colegiada da Pastoral Carcerária na Arquidiocese o chamou, elencou todas as situações, sugerindo que o mesmo se afastasse enquanto a situação se acalmava. Bom lembrar que em uma Pastoral que se tem dificuldades em ter pessoas disponíveis para colaborar, não é fácil dispensar a colaboração de alguém, a não ser quando a situação extrapola a normalidade.
Quero esclarecer que a decisão foi tomada pela Equipe de Coordenação Colegiada e dessa decisão também participou o padre Liginaldo, indicado pelo senhor arcebispo para colaborar com a Pastoral Carcerária da Arquidiocese. Participei do processo como convidado por ser referência estadual que articula e zela pela missão da Pastoral Carcerária. Assinei como Coordenador Estadual da Pastoral
Carcerária, os Ofícios endereçados à Secretaria de Estado de Administração Penitenciária, à Vara de Execução Penal da Capital e à Coordenação de Pastoral Arquidiocesana comunicando o afastamento do agente de pastoral Massilon da Silva Ramos da Pastoral Carcerária.
Inconformado, o agente afastado procurou o senhor arcebispo para que outras providências fossem tomadas. Ao senhor arcebispo foram apresentadas cartas de boa conduta assinadas por pessoas e entidades desconhecedoras das normas internas da Pastoral Carcerária, para contestar o discernimento e a decisão da Equipe de Coordenação Colegiada. Bom saber que para a Pastoral Carcerária, é preciso o cumprimento de orientações que são sempre relembradas a cada encontro: o perfil do agente de Pastoral Carcerária. Zelar pela a boa conduta, pela boa atuação dos membros da Pastoral Carcerária é zelar pela missão de Jesus Cristo dento dos Cárceres.
Como o arcebispo Dom Aldo de Cillo Pagotto, não mais queria conversa com a Pastoral Carcerária e como um dia se foi orientado por ele, procuramos o Vigário Geral da Arquidiocese da Paraíba, o Padre. Virgílio Bezerra de Almeida para tratar do assunto. Participaram da conversa, além de mim, a senhora Guiany Campos Coutinho e o Padre Alexandre Magno que é Articulador Arquidiocesano das Pastorais Sociais. Ao saímos da sala do Vigário Geral, nos aguardava em uma mesa na sala da Cúria, o senhor arcebispo acompanhado do diácono Iran Alves Soares. Sem delongas, o senhor arcebispo foi logo informando que, como afastamos o senhor Massilon da Silva Ramos da Pastoral Carcerária, ele, estava nos afastando. Disse que não queria a nossa interferência na Arquidiocese e que da Pastoral Carcerária cuidava ele.
É verdade que o bispo de cada diocese deve cuidar da vida pastoral. Mas cuidar significa chamar, dialogar, questionar, ouvir, orientar. E não foi essa a atitude do arcebispo da Arquidiocese da Paraíba. Ele não nos ouviu e nem procurou a Equipe de Coordenação Colegiada da Pastoral Carcerária na Arquidiocese para se inteirar sobre o assunto. Naquela ocasião lembrou-nos da conversa que tivera no inicio de seu arcebispado, com os bispos da Presidência do Regional Ne2 e do que tinha nos dito: - Que não queria contato com a Pastoral Carcerária. Disse ainda que por uma questão de princípios não aturava a nossa “tendência marxista” e que é “sim” a favor da revista vexatória. Falou também de sua amizade com as autoridades do estado, e da boa relação com o pastor Estevão com quem iria trabalhar com a nova Coordenação de Pastoral Carcerária na Arquidiocese da Paraíba.
Vale salientar, que a atuação da Pastoral Carcerária no Estado da Paraíba, está em comunhão com o que acontece no Brasil, sob a orientação de uma Coordenação Nacional reconhecida e referendada pela CNBB. Que sua missão primordial é: “Anunciar o Evangelho de Jesus Cristo às pessoas privadas de liberdade e zelar para que os direitos e a dignidade humana sejam garantidos no sistema prisional”. Atividades como visitas, oração, escuta, celebração, missa, diálogo com as direções, com
juízes, governador, secretários, familiar de preso, questionamentos sobre as práticas abusivas do estado que estão presentes em todas as prisões, fazem parte da missão da Pastoral Carcerária.
A senhora Guiany Campos Coutinho, que estava compondo a Equipe de Coordenação Colegiada da Pastoral Carcerária da Arquidiocese, afastada verbalmente de suas atividades na Arquidiocese pelo arcebispo, está secretária da Pastoral Carcerária no Regional Nordeste 2, está na Articulação Nacional da Pastoral Carcerária para a Questão da Saúde do Sistema Penitenciário e representa a Pastoral Carcerária do Brasil, no Comitê Técnico Inter setorial de Assessoramento e Acompanhamento da Política Nacional de Atenção Integral à Pessoa Privada de Liberdade no Sistema Prisional representando a Pastoral Carcerária Nacional, portanto, ela continua membro atuante da Pastoral Carcerária na Paraíba.
Quanto a mim, tenho atuação na Diocese de Guarabira, com o apoio do Bispo Diocesano, Dom Francisco de Assis Dantas de Lucena, no Regional Nordeste 2, com a rearticulação da Pastoral Carcerária e na articulação do estado. Não tenho nenhuma interferência na Pastoral Carcerária da Arquidiocese da Paraíba. Não faço nenhuma visita em nome da Pastoral Carcerária da Arquidiocese da Paraíba, não acompanho visitas das equipes arquidiocesanas da Pastoral Carcerária e não integro a Equipe de Coordenação Colegiada da Pastoral Carcerária da Arquidiocese.
Vale salientar que este trabalho feito por esses longos anos é sem ônus para as dioceses da Província onde estamos à serviço, com exceção da minha diocese, a Diocese de Guarabira.
Araçagi, 15 de Março de 2014
JOÃO BOSCO FRANCISCO DO NASCIMENTO, padre diocesano, incardinado na Diocese de Guarabira, ordenado dia 18 de fevereiro de 1989, com 25 anos de serviço prestado nas paroquias de Pirpirituba, Serra da Raiz, Guarabira, (Santo Antônio e Santíssima Trindade), Joao Pessoa (Virgem Mãe dos Pobres e Nossa Senhora de Fatima), Mari, Mulungu e Araçagi. Por um período de dez anos fiquei nomeado vigário geral da diocese entre outras varias funções pastorais. Atual presidente do Conselho Estadual de Direitos Humanos, articulador da pastoral carcerária no estado e no Regional e colaborador da Coordenação Nacional.
Rubens Nóbrega


A última de D. Aldo

Não me surpreenderia qualquer outra atitude de Dom Aldo Pagotto, mas não imaginava que o arcebispo católico da Paraíba fosse capaz de promover tamanho desfalque na Pastoral Carcerária, dela afastando seus componentes mais ativos e proativos na defesa dos direitos mais elementares do ser humano, frequentemente desrespeitados dentro do sistema penitenciário paraibano. 
Os dois grandes desfalques a que me refiro são o Padre Bosco e a socióloga Guiany Campos Coutinho, que há 20 anos ‘carregam nas costas’ a Pastoral, prestando um serviço fantástico na assistência aos presidiários da Grande João Pessoa, estendendo-o a todo o Estado mediante articulação com as demais dioceses.
Segundo a Doutora Guiany, ela e o Padre Bosco (também Presidente do Conselho Estadual de Direitos Humanos) foram destituídos anteontem de suas funções por Dom Aldo. O arcebispo baseou sua decisão em acusações ainda pouco claras de um rapaz afastado em fevereiro último das funções de agente da Pastoral por ‘conduta indevida’. Esse afastamento foi decidido pela coordenação colegiada do órgão.
Já os afastados por Dom Aldo ainda tentaram se defender, numa audiência terça última na Cúria, pela manhã. Mas, segundo relato de Guiany, o arcebispo não contou conversa. Chamou-os de ‘marxistas’, manifestou-se favorável à revista íntima das mulheres dos presos (procedimento alvo de reiteradas denúncias em razão de métodos degradantes com que seria realizado) e passou a liderança da Pastoral aos pretensos acusadores de Guiany e do Padre Bosco.
Outros sacerdotes e representantes de entidades envolvidas na questão penitenciária já estariam se mobilizando para reagir e protestar contra as destituições promovidas pelo arcebispo na Pastoral Carcerária. “Eu saí tão revoltada da conversa (com Dom Aldo) que me neguei a cumprimenta-lo. Muitos padres que nos conhecem e conhecem o nosso trabalho estão nos apoiando, mas quem manda é o bispo. A coordenação nacional (da Pastoral Carcerária) também nos apoia como também temos a certeza que o Regional Nordeste 2 da CNBB também”, afirma uma desolada e inconformada Guiany em mensagem distribuída ontem. “No momento não sei bem o que fazer. Só estou me sentindo muito triste em ver a nossa história sendo pisoteada”, arremata.

Aguardando resposta
Mantive contato com a Assessoria de Imprensa da Arquidiocese da Paraíba. Solicitei versão ou manifestação de Dom Aldo sobre o caso, mas não foi possível porque ele se encontrava reunido com o Clero por todo o dia de ontem. Aguardo pra hoje uma resposta. O que vier, se vier, será publicado.

domingo, 9 de março de 2014




A PARAÍBA É UMA CAPITANIA HEREDITÁRIA SIM! O QUE FAZER?
As Capitanias Hereditárias foi um sistema de administração territorial criado pelo Rei de Portugal D. João III em 1534. Esse sistema consistia em dividir o território brasileiro em grandes faixas e entregar a administração para particulares, principalmente a nobres que mantinham relações com a Coroa Portuguesa, iniciando assim, na raiz do Brasil, uma história abjeta de dominação de famílias políticas em cargos públicos, as quais tiveram seus sobrenomes perpetuados na política brasileira, à custa do escravismo, dominação, exploração e de sórdido banditismo, já que em determinado momento histórico, compraram patentes militares, formaram milícias, se armaram e mantiveram o povo sob o seu jugo condenável.
Como o próprio nome indica, as Capitanias hereditárias passavam de pai para filhos e estes construíram o mais absurdo atraso social, em suas hediondas e nauseabundas incompetências, lançaram todas as gerações a uma pobreza suja e torpe, já que fruto das suas soberbas incapacidades de gerar condições de acessibilidade social, educacional e de um poder aquisitivo mínimo, capaz de retirar da indignidade aqueles que sempre foram tratados como súditos, dependentes, submetidos e vassalos.
Mas me parece que o fenômeno vil, infame e miserável, permanece quase intocável, se olharmos para as entranhas do Sublime Torrão, mesmo munidos de potentíssimas lupas, não iremos vislumbrar uma indústria geradora de riquezas, uma agricultura produtora de grãos, um rebanho para abate, uma educação pujante e nenhuma política pública ou social para mudar esse cenário de miséria, que nos humilha no cenário nacional.
Mas nada mudou, e hoje entendo que a situação é pior do que antes, o Estado encontra-se fatiado, repartido, loteado e entregue a umas poucas famílias que dele se apropriaram e a exemplo dos donatários de outrora, só solapam a cidadania paraibana, como já verberado, por inconseqüente incompetência para gerar qualidade de vida e colocar o Estado nos trilhos do desenvolvimento.
Sem citar os nomes das famílias que se apoderaram e privatizaram o Estado, todos nós a conhecemos, uma vez que sem dúvida alguma a Paraíba é propriedade delas, trazemos à baila o caso de famílias que separam para elas os cargos de deputado estadual, federal, senador, grandes prefeituras e governo do Estado, numa afoiteza sarcástica e sacana com a ética, com a moral, como a dizer de maneira imodesta e jactanciosa: Este Estado ainda é um feudo e vocês tem que reconhecer isto e servir de forma cínica e desavergonhada a nossos caprichos, inclusive, ao estalar dos nossos dedos, irem às urnas decantar nossos “nobres” sobrenomes.
Eles ainda nomeiam parentes para cargos importantes, ministros, secretários, superintendentes, diretores e o fazem de forma tratante e velhaca, pois, parece que só os que comem em suas cozinhas e carregam seus sangues nas veias, é que reúnem competência para o exercício desses cargos.
Então senhoras e senhores, eles permanecerão comprando e manipulando mandatos e dando o mais implacável, inclemente e maquiavélico exemplo de que a Paraíba lhes pertencem e na falta de capacidade para pensar algo, estufam suas fanfarronices gabolescas e presunçosamente vão levando esta terra ao buraco e a mais deplorável privação, subdesenvolvimento e a uma inqualificável escassez de bens industriais e insumos agrícolas de toda natureza.
Só tem um jeito de desalojar esses sobrenomes desqualificados empedernidos no poder e senhores da Paraíba: exigir-se uma reforma política com financiamento público de campanha e o voto distrital, uma vez que as lideranças pobres e regionais poderiam concorrer em pé de igualdade com esses cínicos e incapazes mandatários, expulsando-os das suas trincheiras e retomando o território paraibano para todos, mas enquanto essa reforma não acontece, que não elejamos aqueles que acreditando no atraso e servilismo, não tiveram o mais elementar recato e pudor, e montados no poder econômico e na aviltada máquina pública, alojaram em cargos do executivo e do legislativo mães, pais, irmãos e asseclas, mesmo sabendo desassistidos de qualquer critério meritório, uma vez que o único atributo exigido é ser família e que se lasque o resto, incluindo aí a Paraíba e o seu querido povo.

Luiz Couto e Marinho Mendes revelam dados alarmantes sobre o tráfico de pessoas

 


O deputado federal Luiz Couto (PT) e o promotor de justiça Marinho Mendes Machado fizeram revelações alarmantes sobre a prática do tráfico humano no Brasil e na Paraíba. As informações foram levadas a público na última quarta-feira (5), pela manhã, em entrevista a um programa da rádio CBN (João Pessoa), apresentado por Edileide Vilar e Verônica Guerra.

Luiz Couto contou, entre outras coisas, que o tráfico de pessoas ocorre para o exterior e também dentro do país. Citou como exemplo a existência de adoção ilegal por meio de uma ONG com escritório nos EUA, Canadá e São Paulo.

O parlamentar esclareceu que crianças, jogadores e índios são traficados, escravizados e explorados sexualmente, ou até mesmo preparados para efetuar o tráfico. "Elas podem, inclusive, ter seus órgãos vendidos".

Couto disse haver cerca de sete mil pessoas traficadas na Paraíba e que as maiores vítimas são primeiro as mulheres, segundo os homens e terceiro as crianças.Ratificando o que foi dito pelo deputado, Marinho Mendes informou que aproximadamente 100 rapazes foram traficados na Região do Brejo. Segundo ele, são menores de idade e alguns deixaram seus documentos em casa, "o que significa que tiraram outros documentos com idade alterada para a maioridade e assim poder viajar".

Depois de assegurar que os governos estaduais não têm política de proteção às pessoas, o promotor lembrou que governo federal dispõe do Projeto de Proteção dos Jovens em Território Vulnerável (Protejo), que presta assistência a jovens adolescentes expostos à violência doméstica ou urbana ou que vivam nas ruas, por meio de programas de formação e inclusão social. "É um excelente projeto para combater esses crimes", garantiu.

Papa Francisco

Luiz Couto emitiu, ainda, opinião com relação a algumas frases ditas pelo Papa Francisco como "Deus não é católico"; "no inferno não há fogo"; "Adão e Eva não são reais"; "A internet é dom de Deus". O deputado sugeriu que deveria ser convocado um Novo Concílio Vaticano.



Da Redação
com Ascom do Dep. Luiz Couto


NOTA PÚBLICA DE RECONHECIMENTO

O CONSELHO ESTADUAL DE DIREITOS HUMANOS DO ESTADO DA PARAÍBA – CEDHPB vem neste dia 08 de março parabenizar a todas as mulheres paraibanas pelo Dia Internacional da Mulher, reconhecendo seu valor e sua coragem na luta cotidiana pelo sustento de suas crianças, contra a violência das quais são vítimas, pela capacidade de resistência em face das dificuldades, no estado que ocupa o 4º lugar em feminicídio do país, no Estado em que a lesbofobia agride nossas mulheres, no Estado onde muitas são arrimos de família e lutam sozinhas sem a companhia dos pais de seus filhos, muitos destes se perdendo para as drogas. Mulheres paraibanas que choram a morte de suas meninas e meninos, mulheres paraibanas cujas mortes são choradas até hoje porque suas lembranças coincidem com a impunidade de seus algozes: Francisca Marta, Valdemarina, Ana Limeira, Margarida Maria Alves, Rebecca Cristina e muitas outras. Parabéns a todas as mulheres paraibanas. Nossa solidariedade a todas vocês. Nossa solidariedade às mulheres paraibanas negras que choram a morte de seus entes queridos no Estado cuja capital lidera o genocídio da juventude negra, tendo mais 04 cidades entre as cinquenta primeiras do país: Santa Rita, Cabedelo e Campina Grande. Nossa solidariedade para as apenadas torturadas e vítimas mais uma vez da omissão estatal e das demais autoridades. Nossa solidariedade às mulheres policiais que passam pelas mesmas dificuldades que nossos policiais, sendo desrespeitados em sua dignidade e direitos. Este é o nosso registro a todas as paraibanas nesse dia tão especial.
João Pessoa, 08 de março de 2014.

João Bosco Francisco do Nascimento
Presidente do CEDHPB