domingo, 30 de novembro de 2014

PRESIDENTE DUTRA, ISTO, AQUILO O OUTRO

COSTUMES DA DUTRA DE ANTIGAMENTE

Só morria com vela na mão

Um dos costumes do nosso povo era assistir o enfermo até a hora da sua morte e não podia descuidar da vela. Acho que algumas pessoas foram até incitadas e ajudadas a morrer, pois quando o doente estava ruim, a vela já ficava em sua mão de forma permanente e quando lá na Dutra se queria dizer que fulano estava em estado grave de saúde, era só dizer: “Está só arquejando com a vela na mão”, como já faz um bom tempo que não visitei a minha terra, gostaria de saber dos meus poucos mas seletos leitores, dentre eles Ademhar Moitinho, Raimundo Rios. Dora Machado, Allan e Raffa Alecrim se aí ainda se morre de vela na mão.

Levar as pessoas para fazerem refeições

Outro costume que demonstrava a bondade e hospitalidade do nosso povo ocorria principalmente nos dias de domingo, que eram os dias da feira livre da Dutra. Nossos conterrâneos se encontravam com amigos e conhecidos da zona rural e até de outras comunas e os convidavam para virem às suas casas, onde as visitas comiam até se fartar, o prato sempre servido era feijão, arroz e uma boa carne de bode, sendo que o convidado era bem tratado e só saia dali após tomar um gostoso café. Será que esse costume permanece, ou a modernidade também o varreu.

Uso do carote

O carote na verdade é um pequeno barril de madeira, aqui na Paraíba já os vi e é muito usado, mas feitos de borracha e recebem o nome de Ancoreta, existe até um bar aqui na capital chamado de Ancoreta, tenho dois amigos, um é é garçom e o outro é genro do proprietário. Lá é todo decorado com ancoretas e objetos antigos e fica no Jardim Luna, num alto e de lá se avista as praias do Bessa, Manaíra e Tambaú, alem dos bairros de mesmo nome. Então a água era buscada em caldeirões de pedras e cacimbas longe da Dutra e era transportada em carotes no lombo de um jumento. Os carotes possuíam uma alça e eram dependurados na cangalha do jegue, que transportavam até quatro carotes. Cada carote possuía uma capacidade em torno de 20 litros do preciosos líquido. Fui muito com o meu pai no Sapecado pegar água de carote.
Também vi uns restaurantes lindos na Feira de São Cristovão no Rio de Janeiro, cuja decoração era com cangalhas, réplicas perfeitas de jumentos, muitas celas e algumas ancoretas, achei-os simplesmente belos, pois gosto muito de artesanato e peças antigas, tenho algumas.

Uso da bruaca

Bruaca é um equipamento ou acessório muito utilizada no sertão da Bahia para condução de cereais, a exemplo de farinha de mandioca, feijão, arroz e todo tipo de grãos e mercadorias.
A bruaca é feita de couro de boi seco, sem curtir e artesanalmente, é um objeto lindo e pretendo trazer uma da Dutra para decoração, creio que ainda existam bruaqueiros por lá e o melhor artífice de bruaca foi o meu Tio Zuzinha Mendes, era um artesão de mão cheia no fabrico da bruaca, as quais erams transportadas nos lombos de animais.

Uso da Cabaça

A cabaça é uma fruta da família das cucurbitáceas e tem a forma de uma pêra, a qual após secar era limpa, com retirada dos seus amargos caroços e era muito utilizada pelos agricultores para levar a água de beber para a roça, sítios e fazendas.
Amarrava-se uma corda no pescoço da cabaça e dependurava-a no cabo da própria enxada que era levada pelo trabalhador no ombro e colocada debaixo de uma sombra, a água ficava friinha e descia muito bem. Quem não tinha sua cabaça passava muita sede e ficava pedindo a água dos outros que davam, mas davam reclamando.

Uso do Urinol

O urinol é uma vaso de louça, de ferro e de plástico , que serve para deposição de urina ou fezes; também é chamado de bispote.
Chul e penico e era muito utilizado na Dutra daqueles tempos. Um dos acessórios de toda casa era um bom e bonito urinol branco de louça e no seu exterior havia uma asa para se segurar. Seu local era debaixo das camas e muita gente aí mijou e cagou dentro do quarto e dentro do pinico que após a satisfação das necessidades, era recolocado debaixo da cama e só ao amanhecer, a esposa o pegava e atirava o mijo ou as bostas no fundo do quintal.
Era um tempo que não existiam banheiros na cidade, tudo era feito a céu aberto, dentro dos matos, os mais velhos dizem que uma cagada a céu aberto e debaixo de uma sombra, é um dos atos mais deliciosos da vida.
Eu tenho certeza que na casa da avó de Moitinho tinha um urinol, comprado no Armazém Paraíba de Irecê e na casa de Raimundo tinha também, este cheguei a ver, era um brancão que Emídão adorava exibir.

Piquenique

Os piqueniques realizados  eram geralmente organizados por estudantes e os destinos eram: Água Quente, no município de Central, o Tanque de Uibaí e Hidrolandia.
Recordo-me com muitas saudades de um organizado pelo Professor Hoel Carneiro (um dos melhores mestres de todos os tempos). Fomos para Água Quente, levei pão e uma farofa de ovos e uns pedaços de galinha. Fomos no Chevrolet velho do finado Lázaro, um dos homens que mais gostava na minha terra, porque ele amava as crianças e me chamava de Vôvo, pois segundo ele, eu tinha a aparência do meu bisavô Berto.
Tudo foi muito bom, algumas meninas ousaram usar biquínis e a maioria tomou banho de short e blusa mesmo, porém, no retorno perdi um pé do meu kichut, o que muito me entristeceu, pois ele foi o primeiro sapato que calcei e foi comprado pelo meu pai no meio da feira da Dutra numa promoção, pois um dos sapatos kichuts tinha um rasgão e o pior, o que perdi foi exatamente o bom. É que a carroceria do Chevrolet velho de Lázaro tava muito esburacada, muitas tábuas quebradas e o meu kichut foi por um daqueles enormes buracos. Mas foi bom.

MEUAS ABRAÇOS DE HOJE VÃO PARA:


Raimundo Rios, Tixa, Nias, Raulão de Gaspar, Cuscuz, Gi e Zé Velho, Chico Gago, Neuraci de Antonio Pequeno, minhas primas Nilzete e Maria, Raul, João e Osmar da minha Tia Ana (em memória), Pedrinho e Joãozinho da minha prima Helena, Asdir Porto, DRs, Ivan Machado e Aderlan Carvalho, Ratinho, Osnivan, Elivaldo (gente fina e estudioso), Soló, Simeão, Bezinha de Soló, Nuze e Célia de Quilôr, Sebastião do Velho Alfredo e Glorona sua esposa, Jason de João Miranda, Pedrão de Chicão, Ferreti, Rita de Brasiliça (minha colega de turma no Antonio Carlos Magalhães), Maria Núcia sempre bela, elegante e muito legal, Moitinho (o equilibrista de bicicleta, andava de costas na sua bike), Pedro Oliveira, Tanda, Ivonete Oliveira, Flávio, Caiano e Maria Amélia, Netão de Adonias, amigo inseparável do meu primo Odair de Cassimira, Helenívio, Rosalia, João e Raulão de Cassimiro, Vilma de João de Venera, Zoroélio, Lourdes e Virgínia de Zé Grande, Evilázio,  Zé e Wilson de Tiotista, Lelé (em memória), Compadre Leandro de Mané dos Santos, Domingão e Cira, enfim para todo esse povo bom e humilde do meu laborioso torrão querido, Para Neuzangela e Ingrid de Campo Formoso (Campo Formoso próximo de Bonfim) Alan e Júnior Dourados, advogados em Salvador (ex-alunos meus na Estadual da Paraíba), Dr. Perilo Lucena, magistrado exemplo e que tem me ensinado muito, Para Bega, Monaldo Godoy e Tenente Robson.

sexta-feira, 28 de novembro de 2014

REPRESSÃO, AUTORITARISMO, INCULTURA E ATRASO NA CORPORAÇÃO DO CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO ESTADO DA PARAÍBA


Na qualidade de Conselheiro Estadual dos Direitos do Estado da Paraíba, temos recebido na sede do Conselho Estadual dos Direitos Humanos do Estado da Paraíba – CEDHPB alguns Bombeiros Militar de graduação inferior a oficial e as queixas são de arrepiar. Na instituição que deve ter por lema salvar vidas, agora tem como máxima perseguir e oprimir integrantes da instituição de graduação subalterna, a exemplo de soldados, cabos e sargentos, de ciclo hierarquicamente abaixo dos oficiais, cuja classe se inicia a partir do posto de 2º Tenente.
O pior de tudo e que causa perplexidade, é que o chefe maior da corporação se omite e permite que tenentes e capitães causem um verdadeiro terror, assédio moral e horror à tropa, composta de homens que mesmo de graduação qualificada como praça, são cidadãos, pais, membros de uma comunidade onde são queridos e respeitados, mas para a corporação, são seres inferiores, proibidos de abrirem a boca, de se expressarem, sob pena de prisão, de autuação em flagrante, de punição disciplinar, que o diga o Soldado que discordou da prisão do Sargento Sousa em Guarabira.
Isto é fato, estamos agudamente preocupados, agora em Guarabira, um Tenente deu voz de prisão a um Sargento, pasmem, pelo simples fato de que estando a praça enferma, com fortes dores diagnosticadas como bursite não levantou o seu braço direito e prestou a continência a esse oficial de patente inicial, que desde praça, ainda Sargento, já colocava as unhas de fora e era isolado por seus pares. Anote-se que o Sargento preso e doente se encontra na cela castrense há mais de trinta dias, mesmo possuindo um filho especial, motivo que também causa desespero em toda sua família, já que o especial sente falta e indescritível saudade do pai preso, que ao invés de se encontrar de serviço no tristonho dia da sua segregação, deveria até mesmo pelos princípios da humanidade, se encontrar em casa se tratando, mas mesmo doente, foi preso pela arrogância, atrevimento ignóbil, insolência, empáfia, ostentação e pedantismo de um oficial de pré, cujas frustrações são dignas de tratamento pelos mais especializados psicólogos ou psiquiatras daqui e de fora, pois só eles, em suas sublimes intelectualidades, poderão penetrar no eu desse tenente de Guarabira e de um capitão de marés e explicarem o motivo pelo qual humilham, perseguem e de forma pequena se exibem para seus subordinados, só podendo ser mágoas e frustrações recalcadas e pretéritas, que não podem ser destiladas contra profissionais do Estado e não dos Bombeiros, como se fosse um orgasmo proveniente de um estupro.
Em Campina Grande recebemos informações de que um Sargento, esposo da Oficiala Comandante, gritava, ameaçava, acossava e perseguia companheiros de farda, e meus amigos, sabem o que aconteceu? Ao invés do tímido Comandante Geral afastar  a comandante e punir o audacioso impudico marido da Comandante, mandou abrir um Inquérito Policial Militar contra o Cabo Sérgio Rafael, verdadeiro líder da sua classe, o qual adquiriu o respeito dos colegas, não por aventura, mas por compromisso.
Em João Pessoa a corporação parece que se esqueceu que se encontra sob o império da lei, existe um capitão que prende, autua em flagrante e pela omissão e frouxidão dos seus superiores, faz surgir em todos os cantos inquéritos policiais militares – IPMs contra quem discordar de qualquer ordem, mesmo que elas sejam esdrúxulas e ilegais, mas, suspeito de atirar num espaço oco uma aluna e torná-la deficiente físico para sempre, num fajuta  IPM interno foi inocentado, o que demonstra a fragilidade ética e o corporativismo dos "senadores"  da organização Bombeiro Militar. Mas iremos representar pela sua reabertura ao Promotor de Justiça Auditor e ao Magistrado da Auditoria Militar.

Da mesma forma, estamos enviando representações criminais às autoridades acima, além do próprio Comandante Geral do Corpo de Bombeiros Militar e Governador do Estado da Paraíba, contra o Capitão necessitado de freios, que lamentavelmente apoiado pelos seus canhestros e pejosos superiores, constrange, avilta e deprecia profissionais do Estado, demonstrando que essa falha ética dos oficiais superiores da corporação só a amesquinham e demonstra que numa fraqueza ética, oficiais inferiores tragam mais atrapalhação a Organização Militar, que já repleta de controvérsias e enleios desse jaez, só demonstra que se encontra mal conduzida.

Conselho de Direitos Humanos visita Presídio do Róger e divulga relatório

Documento contém imagens das condições sub-humanas constatadas pelos conselheiros
Presos amontoados em condições sub-humanas; denúncias de aberturas de ventilação vedadas como forma de castigo coletivo; internos ainda não condenados definitivamente, submetidos à condição desumana. Essas são algumas das constatações do relatório de visita do Conselho Estadual de Direitos Humanos na Paraíba (CEDH-PB) à Penitenciária Modelo Desembargador Flósculo da Nóbrega, conhecida como Presídio do Róger, localizada na capital paraibana. O relatório foi divulgado nesta quarta-feira, 26 de novembro, pelo CEDH-PB, do qual o Ministério Público Federal (MPF) é órgão integrante.
Confira a íntegra do relatório

Foram duas visitas: a primeira, não anunciada previamente, em 4 de novembro de 2014, não pode ocorrer dentro do presídio, em razão de uma operação “pente fino” que estava sendo realizada, na qual presos eram obrigados a correr nus sob vigilância da patrulha que se encontrava no estabelecimento prisional. Fotos foram tiradas deste procedimento e publicadas no relatório. A segunda visita foi realizada em 10 de novembro, mas os participantes não puderam entrar em todos os espaços do presídio. Verificou-se e documentou-se a situação de desorganização e contínua degradação do estabelecimento destinado a presos provisórios. 

As piores situações foram constatadas na área denominada de “isolado”, onde 11 internos estavam amontoados em condições sub-humanas, e nas celas de reconhecimento, destinadas à observação de recém-chegados: duas celas onde estão acomodados 21 e 38 homens, respectivamente.  Não há espaço suficiente para todos deitarem e os presos são obrigados a se revezarem para dormir. 

Imagens – As fotos divulgadas com o relatório falam por si da condição desumana dos recém chegados ao Presídio do Róger. São internos que ainda estão sob a presunção legal de inocência, pois não foram condenados definitivamente. Os internos denunciaram ainda que a direção do presídio veda as aberturas de ventilação das celas como forma de castigo coletivo. Outras constatações dizem respeito à ausência total de assistência médica, social, educacional e trabalho. Ainda foram visitadas as celas destinadas à diversidade homoafetiva e aos detidos em razão da Lei Maria da Penha. 

Interdição – O relatório renova o pedido de interdição do Róger para recebimento de novos presos, dirigindo o apelo à Corregedoria Geral de Justiça, à Vara das Execuções Penais e à Vara de Penas Alternativas. O relatório será encaminhado, dentre outras autoridades, ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ), tendo em vista que nenhuma das recomendações feitas pelo CNJ, durante inspeção na Paraíba, em 2012, está sendo cumprida.

quinta-feira, 27 de novembro de 2014

AS REBELIÕES NOS PRESÍDIOS DA PARAÍBA SÃO AÇÕES DOLOSAS DA SEAP

Infelizmente temos que afirmar, sem sombra de quaisquer dúvidas, que todas as rebeliões ou princípios de rebeliões em unidades penais deste Estado é culpa única e exclusiva do SR. SECRETÁRIO DE ADMINISTRAÇÃO PENITENCIÁRIA DO ESTADO DA PARAÍBA, SR, WALBER VIRGOLINO, pessoa despossuída de qualquer competência para gerir um sistema penitenciário, uma vez que a única formação que tem é a graduação do Curso de Direito e o Curso de Formação de Delegado de Polícia, na Academia de Polícia do Estado da Paraíba, sem qualquer qualificação em gestão pública, direitos humanos ou uma pós-graduação que lhe possibilitasse enxergar, ver, vislumbrar o que é administrar.
Por tudo isto, ele não mede nenhuma consequência no que fala e no que faz. Ele aponta Agentes Penitenciários violentos e tidos como torturadores para cargos chaves dentro do Sistema Penitenciário, a exemplo de DINAMÉRICO CARDIN, atual Secretário da Gerência do Sistema Penitenciário e Langstein, ora Diretor do Presídio do Roger na capital do Estado, o primeiro torturador do preso chamado de “Mata Sete”, isto de forma odienta e covarde, enquanto o seguinte é execrado por todos os presidiários, por ser espancador de apenados, sempre de forma mesquinha, desprezível e infame, enquanto na cidade de Guarabira, o Diretor violava a dignidade do ser humano, pois tinha como arsenal na sua administração vigorosas máquinas de raspar as cabeças dos presos e indagado o que lhe autorizava a proceder daquela forma, ele disse nada e justificou: é que durante a minha formação fomos visitar um presídio e vi aquela prática, então pensei: Se um dia for diretor, adotarei o que vi e mesmo instado por conselheiros a parar com o nefasto costume ,respondeu que só o faria se fosse por força superior, o que nos pareceu que tal funcionário público sente-se acima da lei e como o seu superior, aposta na impunidade.
Agora indago: opressões, violações da dignidade da pessoa humana, espancamentos, torturas resolvem? Lógico que tudo isto gera um ódio reprimido que em algum momento vai explodir, e a culpa é do Secretário, uma vez que conhece todos esses homens e os escolhe como linhas de frente de um sistema que precisa de planejamento, projetos, de uma ressocialização séria e não de torturas, não de cabeças raspadas, não de espancamento.
Ao verberar em canal de TV que não possui filhos e nem parentes lá dentro e que não lhe dói reprimir rebeliões, se revela como alguém sumamente despreparado, já que um ser desavisado e incauto pode sim defender posições extremadas, mas um agente da lei investido nas funções de zelar pela integridade de quem se encontra segregado e de planejar projetos de ressocialização jamais, não é ele que fala, mas o Estado e isto tem que ser conduzido de forma responsável por alguém que tenha ciência do que diz..
De sorte, que o atual Secretário não serve e nem se encontra preparado para assumir as altas funções de Secretário da Administração Penitenciária do Estado da Paraíba, o qual, com sua incapacidade administrativa, dia, após dia só agrava a situação do falido sistema penitenciário paraibano, com suas nomeações espetaculosas e delirantes, como delirante é o seu sonho de militarizar os presídios e quem assistiu o desfile de 7 de Setembro viu, a macabra, melancólica e tristonha parada militar penitenciária, onde, como um desfile nazista, presos foram exibidos como troféus e carros fúnebres e funestos fechados e pintados de cores negras, apresentados de forma doentia como grande realização de uma secretaria opaca e sombria, que esconde em seus porões a pior das desgraças, a violência desalmada, a tortura salafrária e bandida, cujo controle há muito foi perdido pela omissão dolosa do titular da pasta e se continuar titular, coisas piores irão surgir no cenário da violência paraibana.

segunda-feira, 24 de novembro de 2014

FIQUE DE OLHO: OS FATOS DO COTIDIANO DESMENTEM A PROPAGANDA OFICIAL

Paraíba tem sexta-feira negra com 6 homicídios


Além da adolescente de 14 anos morta na escola, um homem de 25 anos e dois casais foram executados a tiros na PB no dia de ontem



A Paraíba teve ontem (21) uma sexta-feira negra com o assassinato de 6 pessoas num único dia. O dia se transformou em luto para 6 famílias, incluindo, a da jovem adolescente de 14 anos que foi assassinada pelo colega de escola em João Pessoa. Outros cinco homicídios ocorreram à noite nas cidades de João Pessoa, Sapé e na divisa dos municípios de Sobrado e Riachão do Poço, todos na Zona da Mata Paraibana. Um jovem e dois casais foram executados a tiros.
Em João Pessoa, por volta das 19h, um casal foi morto na divisa das comunidades Nova Mangabeira e Paratibe, no bairro Valentina de Figueiredo, Zona Sul.
De acordo com informações policiais do 5º Batalhão de Polícia Militar, as vítimas trafegavam em um veículo de cor prata quando teriam sido surpreendidas por quatro homens que estavam em duas motos. Estes já chegaram atirando.
Mesmo baleado, o condutor ainda teria tentado dirigir o veículo, mas não resistiu aos ferimentos e morreu. A Polícia Militar havia partido para investigações, mas ainda eram desconhecidos os autores e os motivos do assassinato.
Mais tarde, às 20h10, no interior do estado, em uma localidade que faz divisa entre os municípios de Riachão de Poço e Sobrado, outro casal foi executado a tiros dentro da própria residência. O homem tinha 32 anos e a companheira, 30.
Segundo informações de moradores repassadas à PM, cerca de três pessoas teriam invadido o local e praticado o crime. A polícia trabalha com a hipótese de que a intenção dos bandidos era realmente de cometer a execução.
O casal estava havia estabelecido residência fixa no local há apenas 15 dias. A polícia informou que o homem assassinado era suspeito pelo roubo de motos, mas não há informações sobre a associação dessa suspeita com o crime.
Em Sapé, às 21h40, um jovem de 25 anos foi morto com cerca de dois disparos na cabeça, nas proximidades de uma fábrica de gesso, no bairro Renato Ribeiro.
A PM informou que uma dupla de moto teria efetuado os disparos e fugido para destino desconhecido. Buscas estavam sendo feitas, mas ainda não havia sido feita a identificação dos suspeitos.
Blog do Gordinho com Portal Correio

quinta-feira, 20 de novembro de 2014

A QUEM INTERESSA O SILÊNCIO DO CONSELHO ESTADUAL DOS DIREITOS HUMANOS?


                O CONSELHO ESTADUAL DOS DIREITOS HUMANOS DO ESTADO DA PARAÍBA – CEDHPB, composto de pessoas íntegras, corajosas, compromissadas e sem qualquer remuneração, não se enganem, tem prestado considerável e expressiva contribuição à causa dos Direitos Humanos no Estado da Paraíba, sempre nas mais diversas frentes, mas um assunto não quer calar: O ultrapassado e carcomido sistema penitenciário paraibano e a acéfala segurança pública do nosso Estado, esses dois segmentos governamentais, geraram por incompetência dos seus gestores, agudo incômodo ao ora governador, então candidato á reeleição, quando acossado e indagado sobre os terríveis e inadequados equívocos dos titulares das pastas da Administração Penitenciária e da Segurança e sedizente defesa social.
                Dentre os sombrios e perniciosos equívocos que prejudicaram e prejudicam a segurança pública, os cidadãos e a imagem do governador, temos a inexplicável e criminosa medida do fechamento das 33 delegacias de polícia e isto posso provar, pois, em inúmeras operações nas quais participamos na cidade de Bayeux, quando da ocorrência de alguma prisão, o autuado era levado para Santa Rita ou João Pessoa, o que desmotivava todos os integrantes das manobras que visavam levar paz à comunidade, de forma que é inexplicável, burra e inconseqüente a medida e só não entendo o motivo pelo qual, o Sr. Governador, mesmo massacrado por seus adversários não exonerou o autor de tão obtusa proposição, o qual, ao contrário, deveria criar, construir, reinventar novas possibilidades de uma boa prestação de segurança ao nosso povo.
                Da mesma forma, indagamos o motivo pelo qual, um administrador da pasta da segurança ainda se encontra à sua frente, quando teve a mais desalentada concepção de só permitir que uma delegacia especializada em crimes contra o patrimônio só instaurasse inquérito policial, em caso de crimes cuja “res furtiva” seja igual ou superior a R$ 20.000,00, ainda não foi mandado para casa, uma vez que esse homem só atrapalha, só coloca o SR. GOVERANDOR em “saias justas”.
                Na Secretaria de Administração Penitenciária, quem está de fora não sabe, mas funciona da seguinte forma:
1.       Não existe nenhum projeto de ressocialização;
2.       Agentes Penitenciários com perfis violentos e vida pregressa recheadas de denúncias de espancamentos e torturas são premiados com funções gratificadas, a exemplo dos agentes Langstain, atual Diretor do Presídio do Roger (E após sua assunção no cargo, rebeliões acontecem todos os dias), espancador conhecido dentro do sistema, enquanto Dinamérico Cardin, agora Secretário da Gerência do Sistema Penitenciário é tido como torturador contumaz, sendo afamado por ter torturado covardemente o presidiário que a imprensa sensacionalista batizou de “Mata Sete”.
3.       Possível repasse irregular de informações, pois, como pode um candidato ao governo conseguir em tempo recorde (o CEDHPB requereu ao governador e ao Secretário de Segurança e ao da SEAP  investigações), a qualificação completa, apenação e todos os dados de sentenciados em regime de semi-liberdade e até em livramento condicional que realizavam colagem de cartazes do candidato e atual governador, de maneira que alertamos ao chefe máximo da administração: Essa SEAP é confiável, será que havia alguém torcendo pelo seu adversário pensando ser alçado a outro cargo mais cobiçado? Mande investigar?
4.       Também a formação belicosa e militarista dos agentes penitenciários, a qual deve ser discutida urgentemente, que tem o preso como inimigo, teimando em tratá-lo desumanamente, como é o caso de um diretor de Guarabira, que por pura perversidade, visando humilhar ainda mais o segregado, mandava raspar a cabeça de todos os que adentravam àquela casa penal, tendo um dos seus agentes raspado metade das cabeças de seis presos e depois, ao som do hino nacional, mandou que eles se agredissem, com metade das suas cabeças raspadas, o que demonstra doença psíquica desse servidor e um perigo para o sistema como um todo.

Esses secretários, incapazes de gerarem projetos e programas para ressocializarem apenados ou defenderem a sociedade, s e incomodam com os defensores dos Direitos Humanos, o da Administração Penitenciária pasmem, mandou abrir Procedimento Administrativo para apurar se duas conselheiras filmaram familiares de presos no momento da submissão à infamante revista íntima, quando na verdade é ele o criminoso, enquanto o da Segurança teima em dar palpites no CEDHPB, na tentativa de desacreditar conselheiros independentes e combativos, e agora, acreditem, O Secretário da SEAP DETERMINOU que seja investigado a regularidade da indicação de alguns conselheiros, o que beira às raias de um delírio desvairado em busca do silêncio e da intimidação de um conselho independente, esquecendo os dois, de que jamais calarão este sinédrio e nenhum dos seus ilustrados membros, que de antemão já informam que não comparecerão para prestar qualquer esclarecimento a essa comissão, que objetiva intimidar conselheiros, e mais, esclarecendo que não acreditamos em qualquer apuração efetuada pelo Sistema Penitenciário, pois todas, quando envolvem práticas de torturas claras e cristalinas, sempre redundam na inocência de hediondos criminosos. Ficando a indagação: Porque querem e se interessam pelo silêncio do CEDHPB?
MOMENTO POÉTICO







Se eu Pudesse Viver minha Vida Novamente
INSTANTES,
Se eu pudesse novamente viver a minha vida, 
na próxima trataria de cometer mais erros.
Não tentaria ser tão perfeito,
relaxaria mais, seria mais tolo do que tenho sido.
Na verdade, bem poucas coisas levaria a sério.
Seria menos higiênico. Correria mais riscos,
viajaria mais, contemplaria mais entardeceres,
subiria mais montanhas, nadaria mais rios.
Iria a mais lugares onde nunca fui,
tomaria mais sorvetes e menos lentilha,
teria mais problemas reais e menos problemas imaginários.
Eu fui uma dessas pessoas que viveu sensata
e profundamente cada minuto de sua vida;
claro que tive momentos de alegria.
Mas se eu pudesse voltar a viver trataria somente
de ter bons momentos.
Porque se não sabem, disso é feita a vida, só de momentos;
não percam o agora.
Eu era um daqueles que nunca ia
a parte alguma sem um termômetro,
uma bolsa de água quente, um guarda-chuva e um pára-quedas e,
se voltasse a viver, viajaria mais leve.
Se eu pudesse voltar a viver,
começaria a andar descalço no começo da primavera
e continuaria assim até o fim do outono.
Daria mais voltas na minha rua,
contemplaria mais amanheceres e brincaria com mais crianças,
se tivesse outra vez uma vida pela frente.
Mas, já viram, tenho 85 anos e estou morrendo
(Nota: este poema não é de Jorge Luis Borges)
Prisões
 
A situação prisional se torna cada vez mais grave no nosso país uma vez que cresce sempre mais o numero de pessoas detidas. A solução não é construir novos presídios nos modelos que temos que segregam e torturam. Precisamos de espaços sim, para quem de fato precisa cumprir sua pena numa condição digna, aonde possa trabalhar e estudar.
Estamos cansados do discurso sobre o valor de um preso por mês, como se fosse culpa da pessoa presa. A nossa justiça condena a pessoa para viver em regime fechado, isto é, para viver sem fazer absolutamente nada quando deveria ser condenada também a trabalhar considerando caso a caso. Muitas dessas pessoas detidas poderiam estar numa medida de cumprimento de pena de prestação de serviço, sendo útil aos outros, mas as sentenças vão todas na linha de esquecer a pessoa nas masmorras maléficas e lá esquecidas.
Ouvi de um magistrado que o acumulo de presos provisórios no país por longo tempo é culpa do judiciário, pois a pessoa só pode ser conduzida à prisão quando decretada pelo juiz. De fato, a superlotação passa por essa situação do nosso sistema de justiça que depois não acompanha e nem fiscaliza a forma e o tratamento dado pelo estado àquelas (es) que o judiciário condenou. A Pastoral Carcerária Nacional precisa pautar e aprofundar essa questão com os órgãos federais com os quais se encontra como também os estados.
Não se faz uma visita para não encontrar presos doentes misturados com os demais, invisíveis ao sistema, sem assistência. São pessoas com ferimento, com tuberculose, etc. em alguns estados existe uma gerencia de saúde, mas não sei como funciona. Basta uma simples visita e perguntar na entrada do pavilhão se tem alguém doente e logo vão aparecer os casos, mas ao que parece isso não é feito. Questão de saúde é um capitulo critico e grave dentro das unidades. Parece não existir mais aquela responsabilidade do estado pela garantia da vida da pessoa presa sobre a responsabilidade do mesmo.
Veja em entrevista a posição do nosso secretário da Secretaria de Administração Penitenciaria, com o qual nada temos contra enquanto pessoa, assim se expressou: “não estou preso e nem tenho parente preso. Não dói em mim nada conter uma rebelião.” Essa entrevista se encontra no Parlamento PB. Se entendo alguma coisa esse "modus operandi" não é recomendado e muito grave para quem se encontra à frente de uma pasta muito complexa que envolve pessoas presas, familiares, funcionários do sistema, com ênfase aos agentes penitenciários não assistidos pelo estado, judiciário, defensores, ministério publico, etc. quem está gerindo o sistema não pode se imaginar sozinho e pensar que pode fazer o que quiser. A sociedade como um todo é também corresponsável pela situação prisional e deve colaborar. O estado precisa acabar com a mania de que ele é dono da pessoa presa.
Termino com um pensamento do papa Francisco.
O Papa Francisco definiu, por exemplo, o recurso à prisão preventiva uma “forma contemporânea de pena ilícita oculta”, selada por um “verniz de legalidade”, no momento em que produz a um detento não condenado uma “antecipação da pena” de forma abusiva. Disso – observou – deriva quer o risco de multiplicar a quantidade dos “reclusos sem julgamento”, ou seja, “condenados sem que sejam respeitadas as regras do processo” – e em alguns países são 50% do total –, quer, num efeito dominó, o drama das condições de vida nos cárceres.
pebosco@gmail.com
 
Veja alguns textos: