FINANCIAMENTO PÚBLICO DE
CAMPANHA - UMA AMEAÇA À QUEBRA DO MONOPÓLIO DA ELITE
Minhas amigas e meus amigos, o financiamento público de campanha é uma
das melhores coisas que acontecerá em nosso país, é, se acontecer, uma vez que
a elite endinheirada, apadrinhada por empresários e proprietários corruptos,
não possui nenhum interesse na aprovação desta proposta.
Se a proposta do financiamento
público de campanha for aprovada, pessoas pobres, mas detentoras de liderança,
de sonhos, de idealismo e principalmente de honestidade poderão se candidatar
com chances reais de sucesso, ao contrário do sistema atual, que é sórdido,
corrupto, excludente de cidadãos capazes, pensadores, com projetos de alcance
social, mas que o sistema injusto do financiamento privado de campanha os
lanceta e extirpa do processo.
Para mim que quase sempre funciono
como Promotor Eleitoral, é terrivelmente agressivo se vislumbrar pessoas
despreparadas, oportunistas, incapazes de pensar as suas próprias vidas, serem
apresentadas como postulantes a cargos eletivos em todas as esferas
federativas, com discursos medíocres, maçantes, angustiantemente vazios, mas
com os bolsos repletos de dinheiro, a comprarem apoios Estado afora, são
prefeitos que de uma hora para outro passam a aguerridos militantes e pedidores
dos votos da massa esquálida e que ele só dar tapinhas nesses tempos, o povo
até sabe às vezes quanto ele recebeu do proxeneta desalmado, enquanto cabos
eleitorais adquiridos no abjeto mercado da compra e venda eleitoral,
debochados, desafiadores da própria lei, pintam e bordam em suas esferas de atuação,
sempre com a sombria prática de iludir e comprar os miseráveis, que cegos de
ideologia e de conhecimentos em geral, acabam por levar escroques para as mais
diversas representações, seja no executivo e mais ainda no legislativo.
A fiscalização do processo
eleitoral é uma mentira, pois não temos como fiscalizar os desmoralizantes
caixas 02, onde corruptos, donos das mais diversas empresas prestadoras de
serviços, ingerem milhões de reais, os quais serão devolvidos com juros,
correções, taxas e bonificações pelos eleitos, mediante contratações superdimensionadas
e superfaturadas de obras, sejam votando nos parlamentos a favor dos interesses
dos seus financiadores de campanha, na maioria malfeitores, cujas fortunas
foram construídas mediante enganações, conluios, desvios, roubos e maracutaias
mil, seja da administração, seja de incautos.
A descaração é tamanha, que
chegamos ao ápice de presenciar pais e famílias presentearem seus filhos, quase
adolescentes, com mandatos eleitorais, ensinando-lhes o discurso mentiroso,
opressor, pusilânime e enganador das nossas massas, multidões transformadas em
autômatas desses ignaros abutres despossuídos de idéias, de caráter, de
lealdade, sejam nos campos social, econômico, político e religioso e mais, são
tão atrevidos, que de posse da dinheirama do empresariado “escroto”, desculpem
o termo, também compram mandatos para pais, mães, irmãos e sobrinhos chegados,
ou seja, se apropriam dos município, das câmaras, das assembléias legislativas
e congresso nacional, considerando esses espaços de poder como a extensão de
suas fazendas, dos seus latifúndios, da forma mais descarada e desavergonhada
que se possa imaginar.
Temos grandes pessoas, mulheres
comprometidas, homens sonhadores que estão à margem do processo eleitoral,
porque a elite os alijou com os eu poderio econômico e com suas fortunas, mas
que, com o financiamento público, oportunidades se abrirão para esses cidadãos
varonis, que não se dobram a esquemas, acordões safados, esdrúxulos, insolentes
e pisoteadores de todos os princípios que informam a ética e a moralidade posta
como ato imperativo e muitos menos se ajoelham sob o oferecimento de quantias
originárias do crime para participarem de complôs fraudulentos da consciência e
da ingenuidade de muitos.
Eles farão de tudo para que esta
temática não passe no congresso, dirão que a nação não possui recursos, que
partidos embolsarão o dinheiro e beneficiará aos privilegiados somente, mas é
tudo engodo, uma vez que se sentem ameaçados, reféns de uma nova realidade, de
um novo de pensar e ver, que se cansou dessa elite burra, incapaz mas desumana
e agudamente enganadora.
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