ATOS LAMENTÁVEIS E DITADURA HOMENAGEADA
Infelizmente, pessoas sem opinião e sem nenhuma ideologia, às vezes até com diploma de curso superior, numa demonstração de que faculdade não dar saber para uma formação humanista, estão tentando ressuscitar práticas de triste memória, as quais levaram este país aos escombros, às trevas do mais abjeto atraso e onde uma violência institucional fascista, matou, exilou e fez desaparecer pessoas que integravam movimentos de consciência, que não concordavam com a ditadura escancarada e maléfica, conduzida por generais, cujo saber se resumia a contar um, dois, três, quatro e que afundaram a nossa pátria, cassando cientistas, novos valores, grandes pensadores e extirpando o planejamento, basta ver a crise de administradores por qual passamos.
Vejam alguns desses tristonhos movimentos de ontem e práticas abomináveis de agora que glorificam e veneram a execrável ditadura.
A Marcha da Família com Deus pela Liberdade
Esse movimento foi orquestrado pelo clero conservador, pelos políticos reacionários e pelos empresários gananciosos paulistas, em resposta ao discurso de João Goulart, proferido em 13 de março de 1964, prometendo desapropriar terras numa faixa de 10 km às margens de rodovias, ferrovias e barragens, transferindo-as para a União, além de ter assinado atos repassando para o controle federal cinco refinarias de petróleo, além de se comprometer em realizar as reformas de base, como sendo administrativa, agrária, financeira e tributária, coisas importantes para o país, que os movimentos antiquados, caducos e arcaicos de então não permitiram, findando por instalar-se um governo militar que enterrou todos os sonhos daquela juventude e da massa com opinião daquele momento histórico.
Processo contra Rubens Nóbrega
Para mim, no meu modesto sentir, o Jornalista Rubens Nóbrega, é o melhor, o maior, o mais pujante em produção de fatos importantes e verdadeiros no horizonte político do sublime torrão, honesto, leal, profundamente independente, não nasceu para se curvar a ninguém e muito menos para servir de muleta a mandatários de plantão e não merecia pelo seu íntegro labor de bem noticiar, receber processos em seus briosos ombros, ombros sobre os quais nenhum pretenso poderoso jamais montará, pois forjados na dignidade, compostura, decência, decoro e o mais dos apuradores pudores, suas palavras e suas letras só incomodam os tiranos, os não republicanos, os que odeiam a democracia e a liberdade de expressão, mas que adoram os pelegos, os lacaios, os áulicos, os xeleléus e os bicos doces que habitam palácios e repartições, pois esses, sem coluna, sem pernas e sem ombros, sem um esqueleto que reúna virtudes, estão sempre prontos para açoitarem palmas e louva a deus.
E assim, os cinqüenta anos de ditadura foram homenageados, o Governador da Paraíba em inominável cortesia e deferência ao indecoroso cinqüentenário atravessou processos e mais processos contra o talentoso e competente jornalista, algo muito ruim no curriculum vitae de alguém que si dizia republicano, mas talvez também tenha sido orientação dos aduladores e chaleiras que os rodeiam, já que o poder possui também o fenomenal poder de cegar as pessoas que ascendem .
Afastamento de Padre Bosco e Guianny
Em ato autoritário, desapropriado, inconveniente e intransigente, sem direito ao contraditório, após receber uma pessoa que serve aos interesses dos chefes que passam pela Secretaria da Administração e outra afastada da Pastoral Carcerária por conduta indevida, o Arcebispo da Paraíba, Dom Aldo de Cilo Pagoto, afastou da já mencionada pastoral o Padre João Bosco do Nascimento e Guianny Coutinho Mendonça, e o pior, ainda verberou que é a favor do maior de todos os atos que atentam contra a dignidade de mulheres paraibanas, a odienta e inaceitável revista íntima, numa demonstração que o pastor maior da capital deixou de amar os pobres, os humilhados, os oprimidos, os despossuídos e portadores de todas as necessidades, pois esta é a doutrina e o projeto de Jesus, para cerrar fileiras com o poder, com o servilismo, já que Padre Bosco e Guianny, tudo que fazem todos os dias das suas vidas, é caminhar na estrada do amor, da esperança para aqueles que já não as tem mais, uma vez que o poder apoiado pelo Bispo, lhes nega o mais elementar de todos os direitos, o do respeito á dignidade humana, como também cobram justiça social para o mais excluído de todos os segmentos, aquele que habita as prisões.
O Bispo visitou um Senador que foi recolhido ao cárcere, mas ali, tenho certeza, não se obrigou as mulheres que visitaram o político a se despirem, a se depilarem antes, a se acocararem várias vezes, a levar toques, pois, se tal aberração tivesse ocorrido, ele teria emprestado a sua voz contra tamanha ignomínia.
Este ato também consiste numa das reverências ao cinquetenário de uma das fases mais dolorosas do Brasil, a ditadura militar.
A prisão dos conselheiros
Eu no meu mais modesto entendimento, pensava que a prisão dos Conselheiros Estaduais dos Direitos Humanos do Estado da Paraíba seria uma nódoa indelével, indestrutível e inextinguível em qualquer governo, se não punida com o devido rigor, todavia, no atual staff da Paraíba, este ato também se exteriorizou como uma das mais afáveis e meigas mesuras e saudação aos cinqüenta anos do governo militar, inclusive, para desmoralizar os movimentos sociais, seus autores foram promovidos, com assunção de cargos importantes.
Os processos de Valdênia, Guianny e Laura Berquó
Essas três mulheres que orgulham esta Paraíba e seu povo, também estão sendo perseguidas pelo establishment, pelo grupo sociopolítico incrustado no poder, a primeira ao denunciar irregularidades na Polícia Militar, foi condenada num feito administrativo, mesmo com todas as evidência da presença de daninhas eivas, ela foi quem foi punida, enquanto Guianny Campos Coutinho, teve um processo fabricado dentro do Presídio Feminino de João Pessoa, dirigido por uma mulher que se exibe nas redes sociais com fotos ao lado do Governador, do Senador Cássio e da Primeira Dama, visando impressionar incautos sobre os seus prestigiosos laços com o poder, ou seja, coagiram uma detenta para acusar Guianny de ter praticado ameaça contra ela, o que caracteriza-se como uma caraminhola e embuste próprio de farsantes e não de servidores honestos. Finalmente, após levar ao conhecimento da Secretaria de Administração Penitenciária possível prática de torturas na Penitenciária Júlia Maranhão, a Conselheira Laura Berquó responde processo administrativo na Ordem dos Advogados do Brasil, pois, o Procurador do Estado que presidia a comissão de sindicância, após passar a defender a diretora da casa penal de forma apaixonada, em espaços sociais e na mídia, enviou para a OAB as cartas com denúncias de sevícias enviadas por segregadas do Júlia Maranhão, verberando que as mesmas podem ser falsas e ter sido obra da destemida conselheira, isto sem qualquer indícios, sem qualquer perícia, sem qualquer juízo de prelibação de que isto, ainda que remotamente pudesse ter ocorrido.
Assim, a ditadura não tem o que reclamar na Paraíba, uma pena, pois mais uma vez, o povão é o grande perdedor e a direita perversa e sádica, sempre vitoriosa, e com esses atos nefastos e inteiramente desoladores, na verdade eles querem é gritar a todo pulmão: VIVA A DITADURA!
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