sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015

SISTEMA PENITENCIÁRIO DA PARAÍBA E SUA CULTURA DE MORTE.

                               O SISTEMA PENITENCIÁRIO DA PARAÍBA é um dos mais sanguinários do mundo, ele foi criado e alimentado dentro de uma cultura de morte, ou seja, seus servidores foram formados para matar presos, não lhes ensinaram nenhum princípio de ressocialização a ser cultivado com a população carcerária, seus agentes possuem ódio mortal dos presos, sentenciados ou não, a cultura dos agentes penitenciários, isto quase regra geral é: “bandido bom, é bandido morto” e dentro dessa lógica insana e esquizofrênica, os novos agentes penitenciários em quem muito apostamos, tiveram aulas puramente policial militar, dentro de um ambiente policial militar e com policiais militares profundamente truculentos, ou seja, resumindo: a formação foi inteiramente militarizada, quando deveria ser uma formação humanística.
                               Em seguida, tivemos vários secretários desprovidos de qualquer projeto de ressocialização, incapazes de pensar um comezinho projeto ressocializador, o grande desiderato e a grande missão dos que fazem a administração superior do Sistema Penitenciário e o governador insensível ao caos estabelecido, teima  em colocar pessoas sem nenhuma formação humanista e solidária para comandar o sistema, Depois de coronéis incompetentes, o sistema foi entregue a delegados de polícia, cuja formação em suas academias, pode ter todo um curriculum policial, inclusive matar, mas nunca de ressocialização de foras da lei, os quais são considerados e tratados como inimigos. Um secretário chegou nas barbas do governador a criar uma máquina de guerra e de matar dentro do sistema, com a ousadia de expor essa máquina no Dia da Independência, sem ser afastado imediatamente.
                               Agora, o novo Secretário da Pasta, de quem esperávamos uma limpeza dentro do sistema desmoralizado, pois, apesar de toda truculência, de todo rancor, de toda fúria e de todo fel destilado contra presos, os novos agentes e todo o sistema só se desmoralizaram, estão desabonados de qualquer prestígio, pois os presídios estão divididos em facções, um agente, apesar da valentia com que tortura presos, desferindo tiros de borracha à queima roupa, não ousa descer até um pavilhão, se urina de medo de adentrar um cela, numa demonstração inconteste de que truculência e cultura de morte nada resolve, só aumenta o caos em que se encontra o sistema penitenciário, que tem que de mudar essa cultura rapidamente, já que demonstrado que pisa e maus tratos só aumenta a indisciplina e gera inconformismo que deságua em rebeliões, pois mesmo presos, eles tem que ser respeitados, o sistema recebe para isto, é um dever e imperativo legal. Se tem medo da população enjaulada, é porque falharam e os métodos devem ser mudados, mudando-se os gerentes, a partir da cúpula. Motins e rebeliões, só atestam a incompetência de diretores, gerentes e secretários despreparados para essas missões.
                               O que cala fundo é que as mudanças não vem, os torturadores e truculentos, segundo comentário geral,  já estão ao lado do novo secretário, o qual mantém na Gerencia do Sistema Penitenciário um homem que soma àqueles acusados de tortura, inclusive, o DINAMÉRICO CARDIM já ostenta prestígio na nova administração, tendo “pintado e bordado” no Presídio de Sapé para desacreditar e desmoralizar Silva Neto, o melhor diretor do Estado, reconhecido no Brasil e quem o Secretário Dorta, já com as veias inoculadas do veneno  dos torturadores, queria a cabeça, mas cuja sandice não teve o apoio do governador e o gestor maior do sistema, já cercado daquilo que é considerado o rebutalho do sistema teve que engolir calado.
                               Já afirmamos e voltamos a afirmar, inclusive para que o Secretário Dorta fique cientificado, de que a maioria das rebeliões e motins são causados por perversos e sádicos agentes penitenciários, que impõem castigos ilegais e estabelecem regras desumanas, que acabam revoltando a comunidade carcerária e dizem, que alguns desses agentes que eram ligados ao Secretário que em boa hora foi exonerado, irão fazer isto para boicotar o Dorta, mas como gente assim não tem verticalidade moral, com qualquer agrado traem o que foi embora e passam a apoiar o que entrou, mas fica o aviso Secretário, desconfie sempre do que dizem esses homens e se possível, os expulsem do sistema, para o bem de todos, pois não precisamos de covardes perpetradores de torturas e saiba sempre, a grande autoridade, é aquela autoridade advinda do respeito, a  chamada autoridade moral e não aquela brotada da violência, do pau.
                               A cultura de morte matou dois presos dia 11.02.2015, mas ela mata todos os dias, mata os ideais de presos que sonham em saí e iniciar nova vida, mata identidades, mata familiares moralmente com uma revista insana e profundamente invasiva à dignidade humana e acaba destruindo uma possível ressocialização, com uma cultura de morte que precisa ser repensada, inclusive com a requalificação imediata dos servidores do sistema penitenciário, muitos deles deformados pela formação e absorção da cultura de morte a eles ministrada. É incrível como garotos sadios e bons, após a formação que tiveram só falam em matar e trazem na mente  que os segregados a quem devem proteger são inimigos que devem ser torturados e abatidos a qualquer momento!
                               No último dia 11, após a tragédia acontecida, ainda tivemos sessões de tortura, um preso ainda não sentenciado que se encontra recolhido há 03 meses foi retirado da sua cela, os parentes acusam agentes de botarem drogas na roupa desse detento e sumirem com ele, nãos e sabe para onde o levaram, se para o isolado ou para outro lugar, uma vez que de dentro desse sistema incompetente, carcomido e corrupto, tudo se pode esperar, pois a cultura que conhecem, é a cultura da morte, infelizmente.

Marinho Mendes - Conselheiro Estadual dos Direitos humanos.

                

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