sexta-feira, 2 de janeiro de 2015

PRESIDENTE DUTRA, ISTO, AQUILO O OUTRO

Os vendedores de água doce

Quando chegava o verão e os caldeirões e lagoas secavam era um Deus nos acuda na minha estimada Dutra, pois faltava água para beber, Me lembro eu e meu pau, eu em cima de uma carga de carotes, transportado por um burro velho que pertencia a Pedro meu irmão, á íamos até a Quixabeira, Sapecado, onde tivesse água buscá-la para beber e cozinha, para banho não, a água não dava.
Então entravam em ações os proprietários de caminhões que viam uma oportunidade de ganhar dinheiro e enchiam as carrocerias de seus autocargas com tonéis e se deslocavam para a cidade de Uibaí em demanda do precioso líquido, dentre eles se destacavam:

DIDI DE LINDOLFO 


Didi de Lindolfo possuía um chevrolet amarelo e tinha como ajudante meu primo Mênãos de João de Mano, que orgulhosamente desfilava na Dutra sentado em cima dos tambores de água e era o homem que botava a mangueira no interior do tambor, com seu fôlego forte puxava a água e enchia dezenas de latas, vendidas a valores de hoje por cinqüenta centavos e os vendedores de água faturavam, imagine 100 tambores quantas latas de água não comportavam!
Mênãos gostava mesmo era de ficar em cima do caminhão de Didi aí na Rua de Manilin, o avô de Moitinho, olhando para Célia de Quilôr a sua grande e enibriante paixão, a qual custou uma séria intervenção de Quilôr, de quem Mênãos tinha muito medo.

SEU ERELI


Seu ERELI era um homem muito bacana, simples, humilde e agudamente prestativo, era o pai de Albertão e de Élio e da filha da qual me esqueço o nome agora, mas que em bondade puxou tudo do pai.
Lembro-me que SEU ERELI possuía um Chevrolet de cor verde e seu ajudante predileto era Gildásio Raposa, o qual varou mundo com SEU ERELI que mesmo convidando Gildásio para viajar na cabine ele não aceitava, pois dizia que um bom chapa teria que viajar mesmo era em cima da carga.
SEU ERELI também enchia a carroceria do seu Chevrolet verde de tambores, creio de 200 litros e também abastecia os lares da Dutra com água doce de Uibaí ou da Fonte Grande e era um dos preferidos do povo, pela sua bondade e pelo encantamento da figura pitoresca e extravagante de Gildásio Raposo, um ajudante em permanente bom humor e cheio de novidades das viagens que fazia com SEU ERELI, parece que chegaram a se embrenhar no Estado do Goiás.

SEU LÁZARO CASANOVA

O caminhão mais antigo que abastecia a Dutra com sua carroceria repleta de tonéis era o Chevrolet velho de SEU LÁZARO, este é o meu líder, era fã dele, e seu caminhão antigo tinha a cabine preta e a carroceria de um azul claro. Sua clientela se concentrava mais na minha Rua, na Rua 07 de Setembro e Rua da Igreja. Ele não tinha um ajudante como os outros, mas seus filhos João e Zé estavam sempre presentes e seguravam a mangueira bem direitinho, enchendo latas e mais latas, sempre até a boca para evitar reclamações.. Seu Lázaro exigia disciplina e que as mulheres colocassem as latas na fila, a qual mesmo antes dele apontar na rua já estava organizada.

PEDRO DE JACI CASANOVA

PEDRO DE JACI é outro homem maravilhoso, pai de Geni e Titão e esposo dedicado de Dona Jaci de João de Porcina. Ele tinha um caminhão lindíssimo, o chevrolet mais bonito da Dutra, cor de chocolate com belas lameiras e uma antena de rádio muito longa que quando em deslocamento dobrava pela força do vento e dava um charme todo especial ao seu bruto.
Não me lembro se PEDRO DE JACI tinha ajudante, me parece que Renatão era o seu companheiro de labuta, uma vez que PEDRO DE AJCI era uma espécie de agregado do depósito de compra e venda de Marinho Mulato, o popular Marino Velho e Renatão era empregado da casa e sempre acompanhava PEDRO DE JACI em suas andanças, inclusive da busca de água nas fontes de Uibaí.

JOÃO E QUINCA DE VENÇO

JOÃO E QUINCA DE VENÇO não possuíam caminhões, mas duas carroças de burro, a de JOÃO era uma carroça verde e a de QUINCA era de cores vermelha e azul e eles transportavam água dos açudes e das lagoas, além dos poços Velho e Novo para residências da praça, onde o povo já mais abastado, poupava suas mulheres e suas filhas da árdua tarefa de carregar água das nossas fontes locais em latas d’águas na cabeça.
JOÃO e QUINCA DE VENÇO também abasteciam com as águas do açude e das lagoas da Dutra reservatórios para construção de prédios públicos, não deixando nunca faltar aos serventes,senão o mestre Zé Rocha virava uma arara e nunca deixavam faltar a água para mexer a massa, de modo que a Dutra deve muito a esses irmãos, cujo ofício naqueles tempos era a venda de água. Eles transportavam em cada carroça dois tonéis, que cheios, dava para abastecer uma casa, inclusive para a lavagem de roupa.

A PIADA DA SEMANA – Para animar um pouco, já que passamos toda a semana dedicados ao trabalho, passarei a publicar uma piada semanalmente e gente, se não gostar, pode reclamar que a gente pára.

A PIADA DE HOJE
Cidadezinha do Interior
Em uma cidadezinha do interior um candidato a deputado chega e começa o discurso.
— Gente nessa cidade tem água encanada?
povo responde:
— Não!
— Gente, nessa cidade tem saneamento básico?
O povo:
— Não!
— Gente nessa cidade tem hospital?
O povo mais uma vez diz:
— Não.
— Gente, muda dessa porra!
MEUS ABRAÇOS DA SEMANA VÃO PARA:

Pedro Ferreira de Miranda, Adhemar Moitinho, Paulo Novaes, João de Zoró e Virgínia de Zé Grande, Celito Reggmendes, Raffa Alecrim, Ivanea Porto, Uerson Mendes Alecrim, Lievalton, Leci, Napoziano, João de Antero, Ivan Machado, Moacir Caroba, Hélio de Otávio, Dominguinhos de Domingão (meu contemporâneo de escola), Gordão, Quarentinha, Gi Preto, Demão de Chicão, Mário de Lélio Preto, Noelson da Gameleira, Arilda de Belinho, Nilzete e Maria Mendes, Zé de Milingido, Nicolino e Vilson, Osnivan Porto, Elivaldo, Horacinho, Gileninho, Maria Núcia, Gilvanete de Vanjo, Iranete de Zuza, Alan de Ademário, Areia, Laércio de Mirão, João de Olímpio, Máriozan, Neura de Antonio Pequeno, Zé de Cornélio, Simeão Ferreira Machado, Rosalia, Domingos, Leandro, Cira e Apolônia de Mané dos Santos, Baé, Cizão e Zé Capanga, Vailto, Reinaldo, Wilson, Velho Já e Zé Nico, Herminho, Genésia e Lourão, Dodozinho, Netão de Adonias, Albertão e Élio de Ereli, Monsuete, Absalão, Neuza e Maria Celia, Pedrinho e Joãozinho de Helena, Osvaldão de meu tio Zezinho e sua amda Aldinha, Elza de Bolô (o meu sonho de adolescente) não realizado, Socorro e Ditinho, Gi de Dinha, Ildete e Nego e enfim, para todos os habitantes desse torrão querido.

Nenhum comentário:

Postar um comentário