sábado, 13 de abril de 2013


FRAQUEZAS QUE VEJO NO COTIDIANO

                                “Tenho visto demasiado ódio para querer odiar”. (Martin Luther King )

                            Meus ilustrados e raros leitores, a vida é maravilhosa, contudo, no meu simplório sentir, ela só tem essência, se for dirigida para o bem, e é por tal percepção que carrego desde os mais tenros anos, fico a refletir sobre fraquezas de atitudes que vejo no cotidiano, debilidades que em certos momentos me deixam até depressivo e desencantado com a minha classe animal, e indago o motivo das pessoas carregarem atitudes tão mesquinhas, sendo incapazes de amar, apesar de se dizerem amantes e solidários, inábeis na adoção de uma doutrina religiosa, mas se dizem tementes a Deus.
                            Vejam casos simples, que demonstra a realidade do que escrevo: Certo dia recebi em meu gabinete uma irmã e um irmão que discutiam sobre o recebimento da aposentadoria da genitora, fiz de tudo para reconciliá-los e instiguei se acreditavam em Deus e um chegou a me dizer que era dirigente de um dos movimentos da sua igreja, então pedi que se abraçassem e se perdoassem, ao que o irmão, que se encontrava com um terço nas mãos disse: “nem que Jesus, aquele em quem acredito me pedisse”.
                            Doutra feita, uma senhora, Ministra da Eucaristia, queria porque queria que o esposo saísse de um quartinho dos fundos onde já habitava há muito tempo. A justificativa: ela não tinha tempo para fazer comida para ele e não ia dividir a sua com o ainda marido e mesmo uma filha se dispondo a cozinhar e tratar do pai, ela não aceitou, queria a saída do esposo idoso e doente. No momento, tinha em seu pescoço um rosário e vestia uma camisa com a foto de Nossa Senhora.
                            Mais recentemente, um rapaz que chegou do Rio de janeiro, comprou uma vaca e deu na meia para um irmão da igreja, os dois são evangélicos, sendo o que recebeu a rês um senhor já idoso. Acontece que após dois anos no Rio de janeiro, o irmão mais jovem foi verificar como se encontrava a criação e ao perguntar sobre nossas vacas, teve como resposta do outro: “que vacas? Você não acha que o meu trabalho durante dois anos não já pagou a sua metade?.
                            Mas tenho visto de tudo, filhos usurpando os bens dos seus pais idosos, enganando irmãos, outros especialistas em tomar terras de pequenos agricultores, irmãos se digladiando por partilha de pequenas glebas e agora, ladras e ladrões travestidos de corretores de empréstimos roubando humildes velhinhos.
                            Mas também vejo pessoas tidas e havidas como boas pregarem a pena de morte para estupradores, assaltantes, baterem palmas para uma imprensa violenta que aplaude policiais truculentos e vitimiza e criminaliza somente os pobres e agora, se colocam pela redução da maioridade penal, sem saberem que este país não fornece os instrumentos de apoio integral à inserção social de menores e familiares, para depois, aí sim, ter moral para cobrar, para punir. Mas somente punição senhoras e senhores, vai adiantar alguma coisa?
                            E o pior de tudo, essas pessoas votam mal, são responsáveis pelo atraso das suas cidades e da sua gente, já que votam em oligarquias ultrapassadas e sem compromisso, e não detém a capacidade de lançar um olhar sobre os verdadeiros opressores, salteadores, membros das mais periculosas súcias. Infelizmente, essas pessoas ou aplaudem ou não possuem coragem para apontá-los como a principal causa da miséria, da prostituição, da violência e da corrupção de menores, que depois se transformam em maiores criminosos. É mais fácil apontar defensores de direitos humanos, cujas ações, inibem ações corruptas de autoridades civis, militares, judiciais em qualquer espaço do globo.
                            Lembremos-nos do que disse Sigmunt Bauman, de que todos nós somos culpados pelo surgimento de um bandido sanguinário, pois viramos à cara para eles quando estão em formação. Não denunciamos os abusos que vemos o vizinho praticando, não apontamos os pedófilos quando membros de altas castas e só depois, surgido o fenômeno, pedimos de logo linchamento, morte, trucidamento. Mas com que moral, senhor, logo você que vive de joelhos e omisso, que chega a se urinar de pânico, de pavor se tiver que denunciar um bandido fardado ou empalitozado? Mas que se sente confortável em exigir pena capital e condenar militantes de direitos humanos. Sabe por que você faz isto? Porque sua formação ética é distorcida e por conta disto, você se contenta em praticar fraquezas no cotidiano, pensando que elas animarão a tua alma doente e infeliz, a alma do rancor e da frustração, que se contenta como dito, em assacar ataques contra os que se encontram no caminho certo e valorosos, são capazes de grandes gestos, notadamente de coragem, de retidão, de destemor.
                            De forma que existem pessoas que se dedicam a desqualificar as demais, sem nem ao menos conhecê-las, passam suas vidas na prática de condutas rancorosas e medíocres, pois covardes e sem formação moral, religiosa, familiar e social, cuja ausência dessa formação lhes levam a agachar ante os poderosos, agradando-os, bajulando-os, acocorando em mesuras e se levantando de forma virulenta contra quem ousa enfrentá-los, sendo certo afirmar, que uma sociedade composta de seres fracos, é uma sociedade violenta, escutem rádios, jornais e redes sociais, que você se surpreenderá com a agressividade, bestialidade dessas pessoas, que só pensam em vingança e inexplicavelmente, numa atitude de revolta com o mundo, dizem logo: É CULPA DOS DIREITOS HUMANOS.
                            

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