Conselho Estadual de Direitos Humanos visitou o PB1
nesta terça-feira.
Na cela de disciplina, presos estavam nus e não tinham onde dormir.
Na cela de disciplina, presos estavam nus e não tinham onde dormir.
Conselheiros entregaram a máquina através da
entrada de ventilação da cela (Foto: Divulgação/CEDH-PB)
Após uma confusão entre integrantes do Conselho
Estadual de Direitos Humanos da Paraíba (CEDH-PB) e funcionários do Sistema
Penitenciário na noite desta terça-feira (28), os conselheiros divulgaram um
relatório sobre a visita ao Complexo Penitenciário de Segurança Máxima Romeu
Gonçalves de Abrantes, o PB1, em João Pessoa. No relatório divulgado nesta
quarta (29), além de constar relatos de maus tratos contra os detentos, foram
anexadas as fotos feitas pelos próprios presidiários dentro das celas.
Segundo o relatório,
logo no início da visita foram encontradas celas superlotadas, sem locais para
que os presos pudessem dormir e sujas, com fezes. No primeiro pavilhão, 80
detentos estavam fazendo greve de fome, protestando por melhores condições de
tratamendo dentro da unidade prisional. Porém, os próprios presidiários
sugeriram que os conselheiros visitassem os detentos que estavam nas celas de
disciplina.
Com o acesso impedido, os conselheiros deram a volta para falar com os presos através da entrada de ventilação da parede, conforme mostra o relatório. “Quando chegamos ao local, o odor já prenunciava as terríveis condições que verificaríamos. Havia sinais de vômito na área externa das celas e só podíamos ver as mãos dos presos e ouvir o que tinham a dizer”, relata o documento
Com o acesso impedido, os conselheiros deram a volta para falar com os presos através da entrada de ventilação da parede, conforme mostra o relatório. “Quando chegamos ao local, o odor já prenunciava as terríveis condições que verificaríamos. Havia sinais de vômito na área externa das celas e só podíamos ver as mãos dos presos e ouvir o que tinham a dizer”, relata o documento
Preso registrou imagem de outros detendos deitados nus na cela (Foto: Divulgação/CEDH-PB)
Os presos relataram aos conselheiros que estavam
sem acesso a banho higiênico, água potável e banho de sol há quatro meses. Além
disso, todos estavam dormindo no chão, nus. Eles afirmaram ainda, segundo
mostra o relatório, que os parentes eram obrigados a pegar fichas para
conseguir visitá-los e muitas vezes a pagar por elas.
Como não era possível ver dentro da cela, os conselheiros passaram a máquina fotográfica para os que os presos pudessem registrar as condições no interior das celas e imediatamente, segundo relata o documento, devolvida. “A situação foi utilizada prontamente pelos funcionários da unidade e policiais militares responsáveis pela segurança externa do presídio para interromper a visita e tentar recolher a câmera, que continha as evidências da tortura e maus tratos praticados contra os presos da unidade", diz o relatório.
Como não era possível ver dentro da cela, os conselheiros passaram a máquina fotográfica para os que os presos pudessem registrar as condições no interior das celas e imediatamente, segundo relata o documento, devolvida. “A situação foi utilizada prontamente pelos funcionários da unidade e policiais militares responsáveis pela segurança externa do presídio para interromper a visita e tentar recolher a câmera, que continha as evidências da tortura e maus tratos praticados contra os presos da unidade", diz o relatório.
Vaso sanitário da cela estava entupido (Foto: Divulgação/CEDH-PB)
Entenda o caso
Na noite da terça-feira, uma integrante do Conselho Estadual de Direitos Humanos foi flagrada entregando uma máquina fotográfica a presos do PB1. O diretor do presídio, o major Sérgio Fonseca, explicou que policiais militares presenciaram a entrega e a devolução da câmera. Segundo ele, há uma legislação específica para a proibição da entrada de celulares em unidades prisionais, mas que máquinas fotográficas também não são permitidas.
Com a constatação da entrega, o grupo de conselheiros foi detido no presídio pelos agentes penitenciários e policiais militares. Após a chegada do promotor Marinho Mendes, os conselheiros seguiram do PB1 para a 9ª Delegacia Distrital, onde registraram um boletim de ocorrência, prestando queixa contra os policiais militares que os mantiveram detidos.
PB1
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