Como
Conselheira Estadual dos Direitos Humanos (talvez o senhor agora possa fazer o
favor de me escutar ou fingir, porque conforme alguns satélites seus comentam,
mulher sem representatividade não tem porque ser ouvida, nosso valor se reduz a
vagina), fiquei perplexa com o tratamento recebido pelos meus colegas
conselheiros e conselheiras, ontem em visita de rotina ao PB1. Receberam VOZ DE
PRISÃO ILEGAL do Major Sergio Fonseca de Sousa, Diretor do PB1, (que por sinal
responde a processos de homicidio e crime contra o patrimônio, mas que talvez
goze de elevada estima e consideração desse governo), somente porque os
conselheiros em visita de rotina puderam identificar várias atrocidades,
crueldades, condições indescritiveis, e por isso foi simulada uma situação que
hoje pipoca na midia, a de que estes mesmos conselheiros estivessem levando
celulares e equipamentos para presos. Se o sr e o resto da população acreditam
em Papai Noel, realmente eu terei que me conformar com as mentiras levantadas,
porém sabemos que máquinas fotográficas são instrumentos de trabalho e os
Conselheiros estão amparados por Lei Estadual que é hierarquicamente superior a
uma resolução da Secretaria de Administração Penitenciária que é direcionada
aos familiares de preso. Talvez o desespero da equipe do PB1, incompetente por
sinal em vários aspectos, da mesma forma que incompetente tem se mostrado a
condução da segurança no estado da Paraíba (por favor, sem a ladainha de
herança de governos anteriores porque estamos já entrando no terceiro ano da
gestão), onde o estado da Paraíba é o segundo do país que mais se mata jovens
negros e primeiro em mulheres que são mortas das formas e motivos mais
variados), se justifique pelo fato de escancarar uma situação que até mesmo nós
dos CEDH nos chocamos, apesar da experiência de muitos dos conselheiros.
Receberam VOZ DE PRISÃO ILEGAL noss@s Conselheir@s: PADRE BOSCO DO NASCIMENTO,
MARIA DO SOCORRO TARGINO PRAXEDES, LIDIA NOBREGA, MARIA DE NAZARETH TAVARES
ZENAIDE, VALDENIA PAULINO LANFRANCHI, GUIANY CAMPOS COUTINHO. Os Conselheiros
LAURA BERQUÓ (eu) e MARINHO MENDES MACHADO fomos chamados por dois dos colegas
que ainda puderam ter acesso ao celular que fora deixado na recepção (aliás
nenhum conselheiro adentrou com seus celulares sendo uma mentira o que foi dito
porque tods deixaram suas bolsas na recepção), porque nem mesmo autorização os
mesmos tiveram para usar o telefone da instituição e entrar em contato com seus
advogados e parentes. Quando lá chegamos fomos recebidos pela imprensa quejá
espalhava aos quatro cantos do mundo que os conselheiros tinham entrado com 10
celulares para distribuir aos presos. Após entrarmos conversamos com o Tenente
- Coronel Arnado Sobrinho , que por sinal não estava bem preparado para uma
situação desse tipo, pois como disse o mesmo, "cumpriria a ordem de
subordinado". Perguntamos qual o motivo da detenção e constatamos que não
havia motivo. Como bem declarou o Major, houve VOZ DE PRISÃO. Durante três
horas nossos conselheiros foram mantidos sob deboches, presos ilegalmente, e o
pior, sem saber o que seria feito dos mesmos já que ameaçavam levarem os mesmos
par aa 9ª Delegacia. Segundo uma das Conselheiras, o Palácio foi avisado. Eu
lamento das vezes que votei "nesse projeto". Hoje nem sequer temos
retorno das demandas. Cadê a resposta do ofício do CEDH do caso da jovem do Bom
Pastor? O que o Sr pensa dos chapões e de empresas que constroem novos chapões
sem licitação? Ou V. Exa. mude sua equipe ou senhor faça o favor de responder
os ofícios porque humildade é uma roupa que veste bem. Por que V. Exa. não dá
retornos da proposta de criação de uma Delgacia Especializada no Combate de
Crimes Raciais e Contra o Desrespeito às Religiões. Eu sei que evangélicos e
católicos decidem uma eleição, mas o sr não se esqueça da sua dívida com o
povo-de-santo e do tempo que era chique quando o senhor era dos movimentos
sociais frequentar terreiro para conseguir o apoio de um povo que hoje sofre da
sua policia, que hoje não tem direito nem a praticar seus cultos, viver suas
crenças sem receber visita policial. Voltamos aos anos 60. Senhor Governador,
meu irmão de Orixá, Ogum é correto, é justo, pisa e anda em linha reta e mata
todas as espécies de fome. Mas também pune seus filhos exemplarmente, por isso
o senhor pense sobre o que tem feito a frente desse estado no que tange ao
combate à violação de direitos. Talvez a antipatia com relação ao CEDH é que
ainda não tivemos a oportunidade de visitar um politico preso. Talvez quando
isso passar a acontecer e politico passar a responder pelos crimes que cometem
contra todo o povo, os Direitos Humanos sejam uma necessidade para os senhores.
Mas por enquanto, nós somos obrigados a assistir e viver sem estrutura de
trabalho, contando com a boa vontade e com os recursos do próprio bolso.
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