domingo, 8 de junho de 2014

ZELOTIPIA DAQUELES QUE LUTAM PELO PRÓXIMO

Tenho muita felicidade do meu bom Deus não ter colocado em mim nenhuma espécie de vaidade e isto quem me conhece pode comprovar. Zero de jactância, detesto dinheiro, pois o vejo como gerador de todos os males e de todas as expressões, carrões para mim são sinônimos de esvaziamento cerebral, roupas e adereços próprios de quem ainda não construiu sua verdadeira identidade e por isto mesmo vive a copiar entes mostrados pela mídia e que a rigor não poderiam servir de exemplo para ninguém.
Mas confesso, algo me deixa assaz invejoso, é verificar que neste mundo onde as pessoas só desejam o mal e dificultam a vida dos outros, pessoas fascinantes e encantadoras se dedicam todos os dias à lutar pelos direitos violados dos outros, pela redução das injustiças, das angústias, das dores de cada semelhante submetido a situações vexatórias, vergonhosas e humilhantes.
Assim foi Nelson Mandela, José Mujica, Luiz Inácio da Silva, Dilma e outras centenas de militantes que para combater o horror das ditaduras, dos preconceitos raciais, da mais temida de todos os males, a tirania que submete os pequenos aos odientos caprichos dos ditadores de plantão, sacrificaram preciosos de suas vidas, ardendo em cadeias mofadas, só pelo fato de discordar dos gigantescos cometidos contra o povo indefeso  e assim tenho inveja desses homens.
Tenho inveja de Josa de Guarabira, dedica a sua vida a idosos, de Dona Maria de Mari, que alimenta 60 crianças pedindo restos de verduras, frutas e ossos sem carne na feira de Mari, de João Batista que mantém a instituição Centro Produtivo de Pindobal, acolhendo crianças e adolescentes, sem pais, sem mães e sem esperança, o dinheiro para mantê-los, só pode ser obra e graça de Deus, pois ele opera milagres e faz essas pessoas darem conta do que se propuseram.
Sou invejoso explícito da luta sem tréguas de Padre Bosco e Guianny, os quais sem dúvida alguma, abraçaram o filão mais difícil, mais custoso, mais duro e angustiante, que é enfrentar a cada dia o desrespeito aos segregados de nossas insalubres cadeias, fazendo valer os postulados legais, de que um culpado não pode ser punido duas vezes pelo mesmo delito e por isto mesmo são incompreendidos por agentes do governo, despreparados para laborarem no sistema prisional.
A emulação também tem lugar quando vejo militantes respeitáveis, que sem interesse algum e de forma voluntária, idealizam apenas uma sociedade mais igualitária, a exemplo de Nazaré Zenaide, Duciran Farena, Laura Berquó e outros comprometidos lutadores, que todos os dias das suas vidas, dão um jeito e fazem brotar um tempo para defender quem precisa.
A invídia é patente em meu ego, uma vez que são mulheres e homens de bem, honestos, de mãos limpas, que vão lutando contra governos que descumprem de forma prepotente direitos fundamentais e básicos elencados em nossa Constituição Federal e até postulados cristãos imiscuídos na nossa Bíblia Sagrada, destruindo sonhos, autoestima e o pensar de pessoas carentes, que a cada dia são mais excluídas por essa gente arrogante do governo, que para se vingar, os tratam preconceituosamente de defensores de bandidos.
Mas eles lutam pelos pacientes usuários de medicação continuada, pelos portadores de HIV, de anemia falciforme, pelos sem teto, sem terra, indígenas, vítimas da homofobia, pelos ofendidos em razão da opção religiosa e pela cor, ou seja, aonde existir uma injustiça, lá estão eles denunciando, buscando respostas para combater as atrozes práticas desumanas.

Essa zelotipia deveria contaminar a nós todos, pois, ficar numa zona de conforto elogiando déspotas é covardia, é agachamento e nesta vida passageira, isto não seria um bom legado para seus descentes e para sua família, serem relembrados como destiladores de agrados, derramadores de um líquido  espumoso, salivante e gosmento, que popularmente é chamado de baba, para agradar da forma mais vil, o potentoso soberano enjaulado no poder também efêmero.

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