sábado, 30 de março de 2013


SRª. GERENTE, O QUE É PRESÍDIO BOM?

                                     “Lembrai-vos dos encarcerados, como se vós mesmos estivésseis presos com eles. E dos maltratados, como se habitásseis no mesmo corpo com eles.” (Hb 13, 3).

Sintonia II: “Presídio não pode ser um lugar bom”, diz gerente de ressocialização. (PARAIBAEMQAP).
                                   Li estarrecido essa declaração de quem nunca poderia fazê-lo. Essa fala foi feita no interior do 2º Batalhão de Polícia Militar de Campina Grande e sua autora é nada mais, nada menos do que a Gerente de Ressocialização da Secretaria de Administração Penitenciária do Estado da Paraíba, dando azo a se pensar: Se essa tal de ressocialização é algo inexistente, a declaração encontra-se muito bem feita, já que quem a proferiu, também, desgraçadamente, ainda não se deu conta de que sua gerência é a gerência do nada, já que não existe um projeto político estatal de ressocialização, podendo-se verberar também, que são existe projeto não pode existir gerência e gerente, tudo é na base do faz de conta. Mas só os que possuem humildade podem captar tal fenômeno e lançar um olhar crítico e humano sobre ele.
                                   A ressocialização “sapientíssima gerente”, tem o intuito de  trazer a dignidade, resgatar a auto-estima do detento, trazer aconselhamento e condições para um amadurecimento pessoal, além de lançar e efetivar projetos que tragam proveito profissional, entre outras formas de incentivo e com ela os direitos básicos do preso vão sendo aos poucos sendo priorizados, ou seja, é todo um trabalho dirigido à reintegração social, já que cedo ou tarde, os apenados novamente ganharão às ruas.
                                   Bafejei na fala um inteiro despreparo de quem é nomeada para gerar condições de humanização e respeito, e no discurso inoportuno, encontra-se embutidas três terríveis provocações: é uma justificativa à falta de competência para criar e desenvolver a política ressocializadora, é pré-conceito latente e infenso à essa ressocialização, bradando que preso não merece nada, ou em último caso, é alguém que ainda não possui atitude suficiente para dizer uma coisa frente aos presos e o mesmo ponto de vista frente aos agentes penitenciários ou policiais, postura que exige uma forte formação em todos os sentidos, senão, quando na presença de poucos presos e em comemorações montadas e preparadas para parecerem que no sistema ta tudo bem, se louva os presidiários e na companhia dos que integram o sistema passa o pensamento de que: eu quero é que eles se danem, se explodam.
                                   Mas antes de pensar outra idéia: Por favor, me diga o que é presídio bom? Seria com camas, asseio, respeito, trabalho, educação, cursos profissionalizantes? Diga-me mais: Você gostaria de morar num presídio bom?
                                   Você também não conhece a Constituição Federal que estatui que a pena não pode passar da pessoa do criminoso,  e a douta e ilustrada gerente ao defender presídios maus, é claro que advoga que os filhos dos segregados também amarguem, purguem e espiem junto com eles a pena aplicada.
                                   Mas o que é prisão boa mesmo Senhora Gerente? Gerente do nada, pois é de conhecimento corriqueiro, a inexistência de um projeto de ressocialização na Paraíba. Diga-me, insisto, o que é um presídio bom? Que não deve existir segundo sua sábia peroração lá frente aos policiais do 2[UP1] º BPM e me diga como deve ser o presídio mau, que desagrade e crie ojeriza e nojo aos filhos dos apenados que a senhora, pelo menos em tese, deveria ressocializar?
                                   Sua fala sugere que os presídios da Paraíba devem continuar como estão, ou seja: masmorras vergonhosas, veja o do Roger, fossas putrefeitas e saunas fedidas, insalubres. Se pensas assim, também pensas que um cursinho de bordado, uma alfabetização de alguns, um curso de um artesanato duvidoso é ressocialização. Não, ressocialização é muito mais, se dê conta, não aceite viagens e nem diárias para discursar em nome de secretários e acerca de algo que é uma aleivosia, metafísico e fique na “gerência” em João Pessoa mesmo e elucubre um projeto de verdade, palpável, patente, concreto, pois enquanto a senhora pensa que gerencia, em encontros de quartéis, tudo que emana de visível de sua gerência, é sua fala equivocada, e se o governador me ouvisse, te dispensaria em nome do projeto de governo que ele encarna e sonha vitorioso e que você prejudica, talvez por não ter bem claro o que seja ressocialização e muito menos saber responder O QUE SEJAM PRESÍDIOS BONS.

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