O CEDHPB NA IMPRENSA
Conselho Estadual de Direitos Humanos realiza audiência pública sobre violência contra a mulher
Violência contra a Mulher
O Conselho Estadual de Direitos Humanos realizou audiência pública na sede do Ministério Público Estadual no dia 25 de setembro às 14 horas. Varias entidades e organizações da sociedade estiveram presentes e puderam expor suas reflexões.
O tema abordado foi a violência contra a mulher que muito tem crescido em nosso estado, inclusive com assassinatos. As mulheres, sempre foram vitimas de violência dos homens como as crianças vitimas de outras crianças e dos adultos. Só os mais fracos sofrem violência, nunca os mais fortes.
Hoje essa violência tem se tornado mais visível por causa da Lei Maria da Penha como também por causa do Estatuto da Criança e do Adolescente que criou também os Conselhos Tutelares. Hoje acontecem muitas prisões com a Lei Maria da Penha, mesmo assim se tem chegado à conclusão que a mesma não reduziu ou não resolveu o problema da violência contra a mulher. É que não basta a Lei, mas a conscientização é extremamente necessária, mesmo se a lei não existisse.
Durante as varias falas na audiência se percebeu se tratar de uma realidade muito complexa a violência contra a mulher pelo fato de a mesma ainda fazer parte da nossa cultura e ser também aceita por muitas mulheres por causa da dependência econômica e familiar. Muitas se perguntam: Vou para onde? Como vou viver? De fato, sem contar com o apoio fica muito difícil denunciar quem agride. Existem exemplos de mulheres que foram assassinadas depois de passarem varias vezes pela delegacia denunciando o agressor e nada foi feito pela autoridade policial para inibir as ações violentas do mesmo.
Todos nós, como sociedade brasileira somos responsáveis diante dessa realidade de violência que se espalha pelo Brasil e pelo mundo. Ate aonde chega ao nosso grau de responsabilidade?
Por primeiro, dependendo da situação nós somos a favor da violência desde que ela não me atinja. Inclusive, somos para além da violência a favor da morte, defendemos a pena de morte. Somos contra nós mesmos, como se praticas dessa natureza fosse solução de problemas crônicos e graves que se arrastam na historia da humanidade.
Por segundo, nós carregamos dentro de nós as ações e reações violentas. Não trabalhamos em nós categorias como paciência, tolerância, escuta e diálogo. Quando me imagino no meu direito, não tenho direito de humilhar a outra pessoa.
A violência não é algo que acontece por acaso. Ninguém nasceu derrubando tudo e matando os outros. Deve ser muito claro para nós que a violência é algo que se reproduz na família e na sociedade. Numa família onde o pai vive permanente gritando, ameaçando, batendo, é muito provável que os filhos possam reproduzir tudo isso na constituição de uma nova família se não houver outro tipo de influencia na vida deles.
As filhas que crescem sendo gritadas e ameaçadas pelas mães, tratadas com violência pelas mães será que não reproduzirão esse mesmo comportamento? Talvez para alguma filha que foi criada recebendo um tratamento desumano, seja comum para ela ser tratada da mesma maneira pelo marido.
Tudo isso para lembrar que a violência contra a mulher é fruto da violência de todos nós e praticada por todos nós, por causa da nossa falta de educação.
Enquanto permanecer a ideia de castigo, de violência, de cacete, de peia na perspectiva de educar, estamos educando sim para um mundo mais violento que atinge as vitimas mais frágeis, os mais fracos: mulheres, crianças, pessoas negros e pobres. Se a mulher negra for rica tem alma branca.
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