REBECCA COMPLETARIA 18 ANOS E A POLÍCIA NÃO SABE QUEM A MATOU
Me irmano à dor, imensa dor da
mãe de REBECCA, hoje uma mulher
doente, tomando vários medicamentos tarja preta diariamente, é como ela mesma
diz, somente Deus, na sua eterna bondade para mantê-la viva, viva
materialmente, pois ela hoje é um cadáver ambulante, decepcionada, deprimida,
desiludida, com problemas neurológicos e com a família em ruínas, até o seu
casamento acabou, é sim, uma mulher morta pela dor, pela angustiante agonia que
não foge do seu eu, trazida sempre pela lembrança da morte da filha.
Rebecca nasceu às 13h28 de uma
quarta-feira, no então Hospital São Domingos da cidade de Bayeux, foi
registrada REBECCA CRISTINA ALVES
SIMÕES, nasceu sadia, bonita, pronta receber carinhos da família orgulhosa
e vaidosa pela sua presença e assim aconteceu, se transformando numa criança
querida, educada e profundamente afeiçoada á sua mãe. Se transformou numa adolescente
exemplar, educada, sincera, leal, portadora de caráter exemplar, estudiosa e
atenta ás regras religiosas, freqüentava assiduamente um templo cristão.
Ela tinha 15 anos, era uma
florzinha debutando, estreando, se iniciando na vida deste mundo cão,
inclemente, misterioso, onde habitam forças malignas, capazes de furtar a alegria
e a felicidade de uma família e assim ocorreu, esse mundão esquizofrênico, num
dia que tinha tudo para ser de glória, se tornou fatídico, ignominioso,
derramando sobre uma família humilde, o pior de todos os abalos, a mais sentida
de todas as comoções, a subtração da vida do mais predileto dos humanos, uma
filha gerada, parida e criada com a mais excessiva e vigorosa lisonja e a mais
sublime das ternuras.
Dona Tereza Cristina a mãe de
Rebecca, é vítima de outra intolerável violência, daquela gerada pelas
instituições estatais, ela não consegue introjetar no seu intelecto de mãe, o
motivo pelo qual, o Estado da Paraíba não esclareceu até hoje, quem foram os
destruidores da existência da sua mimosa flor e na sua dor, na sua colossal
decepção, o entendimento de que outra violência recai sobre suas fragilidades,
se torna cristalino e incontroverso.
Tenho para mim que desde o início
as investigações foram direcionadas para possibilidades inexistentes, apesar de
os autos apontarem os criminosos, ninguém nunca foi atrás dos mesmos, eu mesmo
já escrevi aqui dando as pistas, verberando que os algozes que exterminaram o
mais doce e valioso ornato da mãe já sem fé e ela tem razão, pois, desde o
início tudo é mantido sob sete chaves, nada é revelado, mas as suspeitas
existem, foram mais de um celerado que praticou essa ação ominosa, mas o
primeiro delegado não foi atrás, mesmo o processo gritando para ele os nomes
dos criminosos, depois uma autoridade policial que estava puxando a meada e
chegando ao dado negado, foi abruptamente afastada e depois daí, a coisa caiu
num estado de frouxidão, com outros três delegados assumindo o fato, mas sem
mergulharem neles como deviam, como todos esperam.
A incompetência e descompromisso
policial deram força aos famigerados assassinos, aos sicários estupradores,
quando num gesto desastrado, desesperado e tenho para mim, inteiramente
imprudente, o Secretário de Segurança da Paraíba, ofertou em cadeia de
televisão, de rádio, de jornal e nas mídias sociais, recompensa para quem fornecesse
dados acerca da autoria criminosa, iniciativa que aos olhos e ouvidos dos
proxenetas da honra e algozes da vida, soou como um grito de incompetência e de
confissão, de que eles podem ficar tranqüilos, porque até agora a polícia não
sabe quem são eles e se não nos mobilizarmos, com esse descaso, possivelmente nunca.
Mas os fólios do processo
inquisitorial à todo tempo, num coro afinado e ensurdecedor, como numa trovoada incessante, estrepitosa e retumbante,
apontam com o dedo indicador, aonde estão os carrascos e verdugos executores de
Rebecca, bem pertinho de onde ela mora, nos arredores da sua casa, do Colégio
Militar, basta seguir os sinais existentes, a moderna geografia do crime,
aliado ao conhecimento de criminalística, medicina legal, análise de discurso,
vestígios e até prova contidos no bojo do feito que com certeza dormita nos
escaninhos de uma delegacia ou de uma vara criminal. Espero que esse dormitar
não seja eterno e que o Estado da Paraíba, salde esta inominável dívida com a
genitora de Rebecca..
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