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20/11/2012 15h12 - Atualizado em 20/11/2012 15h33

Moradores de bairro onde PM foi morto revelam tortura policial, na PB

Segundo habitantes, Polícia Militar estaria invadindo casas à noite.
Residências teriam sido queimadas e pessoas torturadas.

Do G1 PB

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Moradores no bairro do Mutirão, em Campina Grande, procuraram a TV Paraíba nesta terça-feira (20) para dizer que têm convivido com uma situação de medo causada pela Polícia Militar. De acordo com eles, policiais estão invadindo residências durante a madrugada e torturando pessoas (veja depoimentos no vídeo ao lado).

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O objetivo da polícia era buscar informações sobre envolvidos no assassinato de um sargento, na noite do último sábado (17). Segundo a denúncia, adolescentes foram espancados e tiveram unhas arrancadas. Uma casa foi queimada, outra depredada e uma terceira teria sido revirada por policiais em busca de armas ou material ilícito.
“De madrugada arrombaram minha casa querendo saber dos bandidos. Colocaram a gente do lado de fora e revistaram a casa. Ameaçaram se caso a gente dissesse qualquer coisa, tocavam fogo na casa, mesmo que tivesse crianças dentro”, disse uma moradora que não quis se identificar temendo represálias.
Os moradores afirmam que os policiais se identificam como sendo do Batalhão de Operações Especiais (Bope) da Polícia Militar. A maioria estaria fardada, mas alguns estavam à paisana. Segundo o coronel Wolgrand Pinto, à frente do Comando de Policiamento da Região 1 (CPR1), existem ações para combater a criminalidade no local, mas não com violência. Ele negou que tenha havido algum caso de tortura.
“Estou tomando conhecimento e vou mandar apurar de imediato. Não vamos admitir que algo assim aconteça. Não temos policial à paisana no bairro do Mutirão nem vamos colocar para não atrapalhar a investigação da Polícia Civil. Toda responsabilidade será apurada”, assegurou Wolgrand.
O Crime
A Polícia Civil autuou em flagrante oito homens e dois adolescentes suspeitos de participação na morte de um Sargento da Polícia Militar de Campina Grande, neste domingo (18). O policial militar do 2º Batalhão de Campina Grande foi assassinado em uma troca de tiros com criminosos que estariam comemorando um homicídio praticado na noite do sábado (17), no bairro de Bodocongó.
Segundo o delegado de homicídios Francisco de Assis, todos são integrantes de uma mesma quadrilha, que tem parceria com uma facção do crime organizado no Rio de Janeiro e comanda o tráfico de drogas no bairro Mutirão e região periférica de Campina Grande.