No último dia 31 de
outubro de 2012, o Conselho Estadual dos Direitos Humanos realizou no auditório
da Procuradoria da República audiência pública destinada a discutir a JUDICIALIZAÇÃO DA SAÚDE, medida que vem
de encontro ao disposto no art. 196 da Constituição Federal.
Na oportunidade foram
escutadas várias autoridades, tendo a representante da Secretaria de Saúde
informado que não falta remédio de uso continuado no Estado, o que foi
desmentido por vários pacientes e membros de associações de associações de
usuários de medicação continuada, os quais informaram, que mesmo quando os medicamentos existem em estoque, não chegam
nos pontos de entrega, havendo uma severa burocracia e condicionantes para a
entrega dos remédios.
Foram encaminhadas representações
para todos os órgãos presentes, inclusive para o Governo do Estado, recomendando
o fim da judicialização da saúde.
No mesmo dia, na parte
da tarde, o Conselho Estadual dos Direitos Humanos – CEDHPB participou de uma
audiência pública na Assembléia Legislativa do Estado, onde foi discutida a lei
que cria a Corregedoria da Polícia no Estado da Paraíba.
Os oficiais da Polícia
não querem que a lei seja aprovada como proposta pelo governo e propõem 22
alterações numa lei com apenas 19 artigos, sendo todas elas no sentido de que
os poderes do Comandante Geral mantenham-se intocáveis e a Corregedoria não
seja órgão da administração superior, ficando subordinada ao comandante.
O CEDHPB apoia o
projeto de lei, com leves ajustes, uma vez que é consenso na sociedade
brasileira de hoje, todos os órgãos tem que ser controlados, notadamente quando
o corporativismo fala mais alto dentro dos quartéis.
Pelo CEDHPB falaram o
Professor Rubens Pinto Lira, convidado do CEDHPB, Conselheiros Marinho Mendes,
Padre Bosco e a Conselheira Laura Berquó, que representa a OAB no conselho,
assim como o ativista de Direitos Humanos o Professor da UFPB Paulo Moura.
O CEDHPB considera que
a aprovação da lei nos moldes como foi enviada é o que interessa á sociedade
paraibana, pois a corregedoria da PM, da forma que se encontra estruturada, é
apenas um órgão sem nenhuma finalidade e sem nenhum poder de investigação
dentro da corporação, sendo a Corregedoria Independente fonte de controle da própria
sociedade civil, que se livrará dos maus policiais.
O Projeto de Lei prevê
a extinção da Corregedoria da Polícia Militar e cria uma Corregedoria única
para as duas polícias, com atribuições válidas e que retira poderes vetustos e
atrasados das mãos do comandante geral, uma vez que a Corregedoria pode
solicitar a instauração de procedimentos e em caso de descumprimento, ela mesma
instaura, podendo avocar sindicâncias.
Um ponto que os
militares não aceitam é o afastamento de policiais envolvidos em casos
gravíssimos, com a entrega da arma à corporação, procedimento comum no processo
administrativo instaurado para apurar desvios de servidores públicos.
O CEDHPB enviou expedientes aos Secretários de Segurança Pública e
Administração Penitenciária, cobrando dos mesmos os planos ou projetos
estaduais de segurança pública e ressocialização, pois, somente com
planejamento e com propostas consistentes e planejadas, é que esses dois
assuntos de interesse geral poderão ser bem enfrentados, uma vez que com
improvisos haverá somente paliativos.
O CEDHPB dirigiu ofício ao Presidente do Tribunal de Justiça da
Paraíba, aos Corregedores do Tribunal e do Ministério Público solicitando severas
apurações no tocante a remoção (transferências) de presos sem a autorização
judicial, fato ocorrido em Guarabira e na cidade de Cajazeiras, iniciativas que
afrontam a lei e desprestigia a própria justiça e Ministério Público,
encarregados da fiscalização do cumprimento da pena.
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