quinta-feira, 20 de dezembro de 2012
MPPB denuncia 37 acusados de integrar milícias armadas e grupo de extermínio
Grupo de extermínio |
O Ministério Público da Paraíba (MPPB) ofereceu, esta semana, denúncia
contra 37 pessoas – entre policiais militares de alta patente,
delegados, agentes da polícia civil e agentes penitenciários e
vigilantes – acusadas de integrar os três grupos milicianos
desarticulados em novembro deste ano, com a 'Operação Squadre'.
A denúncia oferecida à 7ª Vara Criminal da Capital possui 135 páginas e
baseada nas investigações feitas durante um ano pelo MPPB, pela Polícia
Federal e pela Secretaria da Segurança Pública.
As 37 pessoas foram divididas em três grupos. O primeiro grupo formado
por dez pessoas é acusado de constituir milícia privada armada e de
praticar vários delitos previstos no Código Penal, como comércio ilegal
de armas de fogo e munições, corrupção e lesão corporal, de forma a
viabilizar “o projeto de poder que engloba dominação territorial e
econômica, por meio da violência e do uso indevido da função pública por
alguns de seus membros”.
Esse grupo praticava segurança armada clandestina. Para isso, dois dos
denunciados, que são irmãos e oficiais de alta patente da Polícia
Militar da Paraíba, criaram uma empresa de fachada (a Fator Vigilância
& Segurança Privada Ltda.), em nome de laranjas. Além disso, o grupo
chegou a contratar um adolescente para trabalhar como vigilante armado
em estabelecimentos para os quais a milícia prestava serviço.
Outras 13 pessoas foram denunciadas por constituírem, segundo o MPPB, um
segundo grupo armado, formado por policiais militares, civis e
presidiários e outros criminosos, voltado principalmente à prática de
atividades típicas de grupo de extermínio e ao fornecimento de armas e
munições a traficantes de drogas, assaltantes e homicidas, tendo como
principais articuladores um sargento e um subtenente da PM e dois
presidiários.
Outras 14 pessoas (entre particulares, policiais civis e militares,
agente penitenciário e um prestador de serviço junto ao Detran) foram
denunciadas pelo MPPB por integrarem um terceiro grupo criminoso armado,
que subtraía armas, drogas, dinheiro e outros bens de criminosos.
Policiais que integravam a milícia extorquiam criminosos para deixar de
realizar a prisão deles. As ações praticadas pelo grupo eram criadas e
coordenadas por uma pessoa que se infiltrava no meio criminoso e, de
maneira orquestrada, criava as situações para que os demais integrantes
(agentes públicos corruptos) pudessem atuar.
Operação Squadre
A Operação Squadre foi deflagrada na madrugada do dia 9 de novembro
deste ano. Ela foi o resultado de um ano de investigações feitas pelo
setor de inteligência da PF, com o apoio do MPPB e da Secretaria da
Segurança. O objetivo do trabalho foi desarticular grupos milicianos
acusados de praticar vários crimes na Paraíba, como tráfico e comércio
ilegal de armas e munições, segurança privada armada clandestina,
extorsão, corrupção, lavagem de dinheiro e extermínio de pessoas.
Ao todo, foram expedidos 75 mandados, sendo 35 de prisão preventiva, dez
de prisão temporária e buscas, 11 de condução coercitiva de pessoas e
19 de busca e apreensão de documentos nas cidades de João Pessoa,
Bayeux, Cabedelo, Santa Rita, Alhandra, Mari, Cajazeiras, na Paraíba; e
em Recife e Petrolina, no estado de Pernambuco.
Os alvos das prisões foram policiais militares de várias patentes
(incluindo major, capitão e sargento), policiais civis e delegados,
agentes penitenciários e particulares que, de acordo com as
investigações do MPPB e da PF, atuariam em três milícias interligadas
pelo tráfico ilegal de armas e munições (sendo que alguns dos milicianos
integravam os três grupos).
As provas obtidas no curso das investigações devem ajudar na elucidação
de vários homicídios praticados por todo o estado da Paraíba. Ações de
inteligência permitiram, inclusive, evitar execuções que seriam
praticadas pelas milícias.
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Blog Mari Fuxico
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