NOTA TRISTE E UM
GOVERNO ACOMETIDO PELA “BILIS NEGRA”
Agora só lhes restam onze dias, pouco tempo não é? Onze dias
é muito pouco para um governo que se encontra acometido daquilo que o médico
grego Hipócrates, lá no Século V a.C, definia como a “bílis negra”, ou seja, um dos quatro humores corporais que na sua
teoria se constituem por sangue, fleugma, bílis amarela e bílis negra. Para
Hipócrates, o planeta Saturno exercia influência no humor do indivíduo e levava
o baço a expelir bílis negra em excesso, causando a melancolia.
Pois
bem, onze dias para um governo melancólico, é tempo deveras reduzido, um quase
nada, já que triste, apático e depressivo, uma vez que a melancolia ou “bílis negra” se caracteriza por ser
uma depressão, sendo seus sintomas o desinteresse por tudo, nada ao seu redor
lhe interessa, nenhum acontecimento traz prazer ao ser melancólico e a vida deixa de ter
interesse, é um fenômeno que pode acometer pessoas e um governo inteirinho.
E
se um governo não se interessa e nem se pronuncia sobre um fato que abalou toda
a Paraíba, comoveu o Brasil e revoltou o mundo, ele precisa de tratamento, pois
acometido da doença batizada por Hipócrates de “bílis negra”, ele tá se matando aos olhos dos outros pela apatia e
incapacidade de mover-se em direção a um resultado, que seria uma resposta
ágil, rápida e justa, mas tremendamente pesado pelos efeitos da melancolia, não
sai do lugar, patina no lamaçal da omissão, da falta de pulso que deve orientar
qualquer administração pública e as prisões dos conselheiros dos Direitos
Humanos não lhe provoca qualquer desvelo, nenhuma solicitude, qualquer sedução,
mas saiba, não cairá no esquecimento.
Onze
dias é um prazo curto, pois quem deixou passar “in albis” quatro meses sem nada dizer, sem tomar a providência
óbvia do afastamento da cúpula militar, cuja contribuição única até agora foi a
de militarizar os ergástulos públicos paraibanos, criando a doutrina de “destruir presídios via presos revoltados
com o tratamento desumano que dispensados a eles e familiares”, além das
graves violações dos direitos à pessoa humana, via “chapões” e outras ignóbeis providências, sendo incapaz essa cúpula
de galões, de propor um plano estadual de ressocialização, o que só comprova
que o Estado encontra-se enfermo, com aparência abatida, emagrecimento e olhar
fixo no infinito, outros sintomas da moléstia, que tem causado estragos no
governo e consequências lastimosas para seus administrados.
Na
Psiquiatria, a melancolia é uma síndrome mental que se caracteriza pela
sensação de impotência, inutilidade, pensamentos negativos, dificuldade de
concentração, ansiedade, falta de apetite e insônia. Ora, sem dúvida o fato sem
alegria, consistente nas prisões dos Conselheiros Estaduais dos Direitos
Humanos, extreme de dúvidas causou insônia, ansiedade, pensamentos negativos,
mas principalmente, a sensação de impotência e de inutilidade de quem deveria
agir de forma diversa, mas que desprovido da energia do administrador são, por
está em quadro clínico complicado pela “bílis
negra” não o fez. Mas ainda faltam onze dias.
Freud
relatava que a melancolia é um estado emocional semelhante ao processo de luto,
podendo ocorrer sem uma causa definida e em tempo alertamos, esse estado de
luto, sem as providências que a letargia gerada pela “bílis negra” não deixa vir à baila, será a marca pérpetua de quem se
vestiu de príncipe, com a mais bela das indumentárias que um governante pode
enfeitar-se para governar, embriagando de esperanças seus súditos, mas que no
decorrer da caminhada foi substituída de forma indelével e indefectivelmente
marcante pelo “koffich” (véu) do
luto da omissão, com o escopo de recobrir seu rosto rubro do pejo, ante o
desencanto gerado naqueles esperançosos paraibanos, de todos os naipes, de
todas as cores, de todas as crenças.
Mas
ainda acreditamos, ainda esperamos que tudo que escrevemos seja fruto apenas da
vontade exagerada de ver o governo acertar, seja mesmo um histrionismo, um exagero
com o fito de manipular pessoas, augurando ao governo neste Natal, que sua
melancolia seja aquela dos tempos do Romantismo: um estado emocional apreciado,
pois representava uma experiência que enriquecia a alma, e que saia da
letargia, se cure, às favas “bílis negra”
e faça dos onze dias que faltam um tempo apreciável e tome a providência
que esperamos, sob pena de ter que ostentar em substituição à indumentária real,
para SECULUM, SECULÓRUM o “koffich” do luto e da timidez
vergonhosa, visando esconder o rubor da face ante seus antigos súditos, mas se
quiser, AINDA FALTAM ONZE DIAS PARA
CORRIGIR A NOTA TRISTE.
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