Padre Bosco: 'Celebrar o Natal' - Leia a Coluna desta semana
segunda-feira, 17 de dezembro de 2012
Celebrar o Natal
Estamos para celebrar mais um Natal. Por isso, quero hoje dedicar esta coluna a este tempo do qual todos participamos, cada pessoa com a sua cultura e seu jeito de ser. É habito comum desejar Feliz Natal. No comércio e nos Meios de Comunicação, já bem antes do tempo natalino as mensagens são veiculadas. É tempo de vender. As pessoas correm em busca de promoções, compras parceladas, etc. Todos estão pensando em si mesmos.
Durante o tempo de preparação, até mesmo para as igrejas, as mensagens são escutadas, mas nem sempre assimiladas e vivenciadas. Só celebramos bem aquilo que também preparamos bem.
João Batista, que só aparece mais na nossa cultura junina, entra de cheio no tempo que antecede o Natal, convidando-nos para preparar os caminhos do Senhor, endireitar suas veredas, aterrar os vales, nivelar as colinas ou montanhas. Devemos tomar esta linguagem geográfica e aplica-las às nossas relações. Não temos como celebrar o Natal, mantendo tantas diferenças entre nós. Devemos encurtar as distâncias eliminando as indiferenças, as raivas, os ciúmes, as invejas, etc.
Afinal, acolher Jesus, que já veio, é acolhê-lo no próximo com o qual lidamos de forma mais próxima ou pouco mais longínqua.
Não é por acaso que João Batista também aparece lá no deserto pregando um batismo de conversão para a remissão dos pecados, sendo procurado pelas multidões, pelos cobradores de impostos e pelos soldados. Quem vai a ele leva consigo a mesma pergunta, a pergunta que tantas vezes também nos fazemos: O que devo fazer? É uma pergunta chave porque dá o norte, a direção ou o rumo de nossa vida. O que devo fazer com este filho, com este trabalho, com este vizinho, com este emprego?
Joao Batista responde às multidões que devem repartir, isto é, que vivam a solidariedade, a caridade, em termos concretos, é claro, pois não existe caridade abstrata: ela existe ou não. Quem tiver duas roupas deve dar uma a quem não tem; quem tiver comida, faça o mesmo. Isso significa dar a metade. Todos nós nos lembramos de Zaqueu que resolveu dar a metade dos bens aos pobres e devolver o que roubou dos outros, como chefe dos cobradores de impostos.
Seguindo o ensinamento de Joao Batista somos chamados a partilhar. Muitas vezes continuamos comprando aquilo que já temos de sobra. Por exemplo: quantos sapatos? Quantas peças de roupa que ainda não foram usadas? Tudo aquilo que nós acumulamos é fonte de egoísmo; todo egoísmo é fonte de pecado.
Aos cobradores de impostos, que também perguntam o que fazer, a resposta vem na mesma direção para que não cobrem além daquilo que é previsto em lei. Eles, os cobradores, se tornavam ricos exatamente pela explorando, cobrando além do estabelecido e desviando para si, acumulado seus bens. Os soldados eram utilizados pelos cobradores, usando da força para obrigarem o povo a pagar aquilo que era ilegal e injusto.
Percebe-se, assim, que a vida cristã dos que seguem a Jesus se pauta pelos gestos de partilha, generosidade e atenção aos menos favorecidos.
Desejar Feliz Natal é ter no mínimo, no coração, os sentimentos de solidariedade e de compaixão pelos mais pobres e mais simples, que vivem no abandono e no esquecimento como Jesus ao nascer na gruta de Belém. Pelos recantos do nosso país e do nosso Nordeste temos inúmeras pessoas sofrendo com a falta de água debaixo de um sol causticante. Nessa mesma temperatura altíssima temos homens e mulheres amontoados nas prisões. Celebrar verdadeiramente o Natal é estar em comunhão, mesmo que seja à distância, com nossas realidades humanas.
Por Padre Bosco Nascimento
* Colunista do Mari Fuxico
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Blog Mari Fuxico
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