O Blog dos Direitos Humanos

Atentado contra jovem lutadora de direitos humanos paquistanesa

RTP09 Out, 2012, 17:57 / atualizado em 09 Out, 2012, 17:59

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Desde os nove anos de idade, Malala Yousufzai queria exercer o direito de ir à escola, e queria esse direito para todas as raparigas da sua idade. Ficou temporariamente impedida de fazê-lo, mas nunca desistiu. Agora, aos 14 anos, foi gravemente ferida num atentado da autoria dos taliban.

Residente na aldeia de Mingora, próxima da cidade de Saidu Sharif, a 150 Km apenas da capital paquistanesa, Islamabad, Malala assistira aos nove anos de idade a uma fase em que a sua terra e todo o vale do Swat ficaram sob controlo dos taliban. Nesse momento, as crianças do sexo feminino foram proibidas de frequentar a escola e ficaram obrigadas a velar-se para poder sair à rua.

Além dissso, os taliban decretaram outras medidas que atingiam também a população feminina adulta: proibiram música e cinema, fecharam os cabeleireiros.Tornaram-se também frequentes as execuções públicas de pessoas que deafiassem as ordens dos taliban.

Malala resistiu às novas leis, continuando a vestir-se como anteriormente e continuou a ir àq escola, com os livros escondidos na roupa. Começou a falar em público, primeiro em pequenas reuniões, sermpre a reclamar o direito de voltar à escola. Também durante a era taliban, começou a publicar anonimamente um blog, relatando peripécias da guerra civil e pilhagens cometidas pelos fundamentalistas.

Os taliban várias vezes a ameaçaram, mas não chegaram nessa altura a vias de facto. No início de 2009, uma ofensiva do exército expulsou os taliban da região. Malala foi eleita porta-voz do chamado Parlamento das Crianças do vale do Swat. No ano passado, recebeu das mãos do então primeiro-ministro, Yusuf Raza Gilani o Prémio da Paz, pelo seu empenhamento na luta pela educação das raparigas.

Hoje, ao sair da escola, Malala entrou num autocarro com outras estudantes e viu dois homens fardados aproximarem-se, perguntarem pelo seu nome e, perante a hesitação das colegas, abrirem fogo sobre o autocarro. Foram feridas uma das jovens e própria Malala, com gravidade, na cabeça e no pescoço. Levada pera o hospital, foi operada, enquanto dezenas de pessoas lhe manifestavam solidariedade oferendo-se para dar sangue.

A primeira informação médica anunciou que as duas vítimas se encontravam fora de perigo e seriam transportadas de helicóptero para Isdlamabad, para poderem receber os melhores tratamentos.