quarta-feira, 9 de janeiro de 2013


Padre Bosco: 'Nossa Realidade Brasileira' - Leia a Coluna desta semana

segunda-feira, 7 de janeiro de 2013


Padre Bosco: 'Nossa Realidade Brasileira' - Leia a Coluna desta semanaNossa Realidade Brasileira

Em termos de legislação, inclusive tendo como base a Constituição Federal, somos um país que prima pelos direitos e pela igualdade entre todas/os. No entanto, como sabemos, a realidade determina todo um comportamento diferente e contrário.

Vivemos o país da desigualdade e do descaso. Os mais pobres são as vitimas da fome, da seca, da violência, das catástrofes, etc.

No momento, o Nordeste está sendo vítima da seca. Como as enchentes, a seca passa a ser muito importante para desviar recursos. É algo que chega para os governadores dos estados administrarem e, os mesmos, como sempre, acabam tirando proveito da situação. Para o estado brasileiro é importante que haja secas e enchentes.

É sabido por todos nós que não se combate a seca. Ela é um fenômeno da nossa região, como também de outras partes do Brasil e do mundo, sobretudo por causa do aquecimento global. Ela sempre existiu e existirá. A transposição é uma farsa para beneficiar mais uma vez os grandes, donos do poder, do dinheiro, das propriedades, etc. Ela foi cavalo de batalha para as campanhas eleitorais e, certamente voltará a ser.

A respeito da seca, o que se deve fazer é criar condições para se conviver com ela, a partir de pequenos núcleos e não grandes projetos que não atingem a base das camadas esquecidas, afastadas e pobres. Essa medida não interessa, pois ela traz certa autonomia dos pobres com seus poços, cisternas, etc. Aos que governam, interessa a mendicância e a dependência para que diante delas eles apareçam, mesmo que não cumpram com o dever de casa.

Outra realidade que deixa a desejar é a atividade politica. Estamos com nova legislatura nas prefeituras e nas câmaras municipais. Ser politico passou a ser um emprego fácil com salario que toda pessoa do nosso país mereceria ter. Uma pessoa que exerce cargo politico nunca deveria reclamar do seu salário. Basta comparar o salario mínimo do Brasil onde a pessoa empregada é obrigada a cumprir uma carga horaria com o salario do politico sem carga horaria. Muitas vezes os mesmos faltam até as sessões de trabalho e permanecem todas as regalias e as verbas extras. Onde o país mais gasta, entre outras demandas, é claro, é com deputados, senadores, etc.

Ao lado dos gastos tidos “legais ou naturais”, a corrupção tem cadeira cativa nos ambientes políticos em todas as esperas. Um vereador de uma cidade pobre do nosso estado pode custar 100 mil reais para deixar de ser oposição e se tornar situação. Isso acontece com a maior tranquilidade. Todos ficam sabendo a se não acham interessante todos silenciam.

A corrupção e o desvio de verbas em todas as esferas do nosso país é um escândalo sem precedentes. Ouviu-se noticiar que a CPI do Cachoeira foi arquivada para que o mar de lama não inundasse os gabinetes dos parlamentares em Brasília.

A compra de voto só é proibida na legislação, mas na pratica ela está presente em todas as campanhas como sempre esteve. Parece-me ainda mais ousada. O que se ouve é que nunca se gastou tanto dinheiro com compra de voto.

Em tempos de eleição, todos os candidatos chegam com cara de ANJOS. São lobos vestidos com peles de ovelhas, para usar uma expressão do evangelho. Na verdade, o interesse é pessoal e não comunitário e social.

O povo é enganado e vota para permanecer na miséria e na enrolação dos eleitos.

Por Padre Bosco Nascimento
* Colunista do Blog Mari Fuxico


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