Carandiru
No dia 2 de outubro de 2012, o Brasil relembrou os 20 anos do massacre do Carandiru, aquela unidade prisional de São Paulo, que ao ser invadida pela policia, 111 presos foram executados. Nos bastidores se comenta que muito mais foram mortos. Foi uma das maiores chacinas já vistas no sistema penitenciário do país.
Os movimentos sociais se reuniram por várias vezes para relembrar o fato. Tive a oportunidade de participar em um desses encontros. A reflexão da sociedade civil como também da pastoral em São Paulo é muito pertinente. A cidade de São Paulo vive uma política de estado que continua massacrando a população pobre da periferia. Existe um encarceramento em massa em todo país e de forma muito acentuada em São Paulo. A ação policial na periferia é de muita violência. Na visão dos movimentos sociais, o massacre promovido pelo estado, há 20 anos passados, continua hoje de muitas formas e até justificado por determinados segmentos da sociedade.
É profundamente lamentável perceber que o estado que tem um papel fundamental na organização da sociedade e na promoção da vida para todos, tenha uma política que prende e extermina os pobres, matados na rua, por ocasião das prisões, como também nas unidades prisionais.
O estado brasileiro tem sido advertido e punido pela prática de desrespeito e de graves violações de direitos da pessoa humana. Um estado, portanto, criminoso, não digno da nossa confiança. Um estado que não protege, mas amedronta.
O estado brasileiro tem sido advertido e punido pela prática de desrespeito e de graves violações de direitos da pessoa humana. Um estado, portanto, criminoso, não digno da nossa confiança. Um estado que não protege, mas amedronta.
Eleições
Terminamos o período eleitoral em todo o território brasileiro, exceto naqueles municípios aonde acontece o segundo turno das eleições.
O povo brasileiro, em cada município, foi exercer a sua cidadania e escolher seus dirigentes no dia 7 passado. Tudo depende do nível de consciência, de percepção e de independência do povo. É o resultado da escolha levando-se em conta a maioria dos votos. Em alguns lugares um voto de maioria definiu a eleição; em outros o critério da idade fez o desempate. Levando em conta estes critérios, quem se elege não tem a aprovação e o reconhecimento de grande parte da população que vota mesmo se tornando o eleito governante para toda a população.
Em muitos lugares o povo é uma massa de manobra, facilmente enganado. Às vezes até vota para a sua própria desgraça por votar por simples emoção e paixão, sem pensar no que poderá acontecer de bom ou de ruim. Vender o voto também significa não pensar no bem comum da sua cidade. Se alguém me oferece mais, não interessa a quem estou vendendo, mas o que estou recebendo. Na verdade é a minha consciência que está sendo vendida.
Mesmo sendo crime essa pratica ela acontece em todos os lugares, pois não há como fiscalizar. Candidatos e eleitores sem vergonha e sem caráter praticam o crime e colaboram para uma incompetente administração.
Quando se precisa de um médico, ainda se procura informação para saber se o mesmo é competente; quando se procura um advogado, também se procura vê um que dê conta do recado. Quando se procura um candidato para administrar um município se vota em uma pessoa que não reúne condições para cuidar e zelar pelo bem comum.
Temos muito a aprender. Votamos há pouco tempo. Com as escolhas que fazemos vamos aprendendo como devemos nos comportar. Já existem também muitos sinais aonde o povo soube dizer não a quem não correspondeu às expectativas esperadas. É urgente retirar do cenário político quem serve a si mesmo e trata mal aos outros.
Pe. Bosco
Coordenador Estadual da Pastoral CarceráriaPresidente do Conselho Estadual de Direitos Humanos
Leia mais: http://marifuxico.blogspot.com/2012/10/acontecimentos-de-outubro-leia-coluna.html#ixzz29M0snUfz
Blog Mari Fuxico
Nenhum comentário:
Postar um comentário