domingo, 28 de outubro de 2012


A MILITARIZAÇÃO  E A MÁ GESTÃO DESTRUIRÃO MAIS PRESÍDIOS NA PARAÍBA.


Já disse e repetirei mais uma vez, a militarização implantada no Sistema Penitenciário Paraibano, aliada à má gestão porque passa a administração penitenciária, findará por destruir mais presídios, senão vejamos: Durante quase 11 anos laboramos na cidade de Guarabira onde fomos Promotor das Execuções Penais e nunca ocorreu uma rebelião, mas agora, com diretores militarizados, ocorreu a primeira no Presídio Regional de Guarabira, conhecido por Presídio Velho.
Em João Pessoa, ocorreu a destruição quase integral do Presídio Romeu Gonçalves de Abrantes – PB1, tudo por conta da falta de faro administrativo, sensatez humanitária e formação inteiramente militar do seu diretor, cuja falta de habilidade é tão gritante, que chegou a determinar a prisão de Conselheiros Estaduais dos Direitos Humanos, uma irreflexão que só o governo ora instalado tolera e o mantém à frente daquela casa penal, que amarga dias tristes e mais fatos lamentáveis ocorrerão.
Raciocinem amigas e amigos, pela formação castrense do policial militar e agora também dos agentes penitenciários militarizados (são treinados por militares, dentre eles o próprio diretor do PB1), a maioria deles saem das escolas militares e do treinamento militar com as mentes obnubiladas de preconceitos, sentimentos hostis e agudamente repressores com aqueles que se encontram  em conflito com a lei, de forma que o choque é inevitável, os militares ou os agentes treinados pelo sistema militarizado, enxergam na população carcerária seus alvos de repressão e inimigos mortais, de forma que jamais um poderia tomar conta do outro, temos que ter um mediador entre ambos, como manda a lei de execução penal brasileira, dirigentes com formação pedagógica, sociológica, psicológica e assistência social e não militar ou militarizada.
De forma que o sistema hoje escolhe os “rodetes”, ou seja, militares ou agentes militarizados e durões que se destacam em ações de repressão para dirigirem as casas prisionais e estes quando chegam, por instinto, por formação, pelo formalismo repressor e outros sentimentos negativos em relação àqueles que estão segregados instalam de logo o conflito, uma vez que suas primeiras providências, sem nenhuma formação administrativa, metodológica, idealizada é cortar tudo: melhoramento nos alimentos que os familiares levavam nos dias de visita, proibição de rádios e televisores nas unidades celulares, corte do diálogo e tratamento grosseiro com os familiares, redução do tempo no banho de sol, imposição de castigos nos ignominiosos chapões, redução da comida e da qualidade desta, corte de visitas ou redução do tempo destas, enfim, não se tem notícia de nada de positivo que seja criado, inventado, reinventado, estabelecido pro esses diretores, os quais geram somente insatisfação que crescem à cada dia e termina explodindo em forma de rebeliões e destruição dos nossos ergástulos ou enxovias.
Senhor Governador, disciplina, organização, respeito, trato humanitário é o que necessitamos, além de uma alta dose de competência que gere um plano estadual de ressocialização, pois da forma que as coisas caminham, por pura inaptidão dos que fazem o nosso Sistema Penitenciário, outros focos de insatisfações gerados pelos repressores militares ou militarizados nomeados pelos atuais gestores, sem dúvida explodirão, eclodirão em todo o território paraibano e mais prejuízos, por culpa deles o Estado, aliás, a sociedade terá. Ainda existe tempo, ainda dar para fazer muita coisa, mas sem militarização, chapões, revanchismo e despreparo administrativo. 

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